'Canto bem, não é só esse corpo bonito', diz Léo Santana sobre novo trabalho

O cantor de 30 anos vive uma das melhores fases da carreira, quatro anos após ter deixado o grupo Parangolé

por Diário de Pernambuco 06/07/2018 12:44
 LS Produção/Divulgação
Léo Santana inicia nova fase da carreira com pagodão baiano e sertanejo em novo disco (foto: LS Produção/Divulgação)
 
O cantor, compositor e também empresário Léo Santana, 30 anos, vive uma das melhores fases da carreira, quatro anos após ter deixado o grupo Parangolé, no carnaval de 2014. O artista é o principal representante do gênero chamado pagodão baiano - ou suingueira para os pernambucanos - e prova que pode ir além em termos musicais e na mistura de ritmos. "Léo Santana não é axé, é pagodão baiano. Quem acompanha sabe que sou ousado e boto eletrônico, funk, pagode, forró e sertanejo no meu show. Não fico preso a um gênero e isso abre um leque grande", explica o artista em entrevista ao Viver. O músico apelidado como Gigante vai apresentar a turnê Baile da Santinha, neste sábado no Cabanga Iate Clube, no Recife. Os cantores Gabriel Diniz, Devinho Moraes e a banda Beleza Pura completam o line-up da festa.

As recentes parcerias musicais reforçam a versatilidade do artista baiano. Ele gravou com a dragqueen Gloria Groove (Arrasta), com o funkeiro Kevinho (Encaixa), Wesley Safadão (Psiquiatra do bumbum), Marília Mendonça (Incendeia), MC TH (Apaga luz e toma) e outros. "Que bom a gente pode fazer isso. Acredito que essas parcerias estão me dando liberdade e ajuda a ambos os artistas. Duas cabeças pensam melhor que uma", aponta.

Em seu novo show, Léo mostra seu lado intérprete com as canções do novo EP Inovando, que mistura a batida dançante com o romantismo. O disco é composto por sete faixas inéditas como 10 Beijos de Rua, Empina e treme, Se eu tiver solteiro, Uma lá, duas cá, As amiguinhas, Pijhama e Como é bom te amar. No repertório, ele inclui ainda Santinha, o que figurou entre as músicas do Carnaval 2017 e dá nome ao projeto, e os sucessos como Abana, Deboche, A casinha caiu e Dia de Baile. "O Brasil é muito grande e tem vários lugares que não chegamos ainda. Hoje tenho o desafio de entrar na programação de rodeios e pecuárias. Essa é mais uma conquista para o pagode da Bahia. Tenho objetivo de tocar no norte e no sul", explica o artista, em relação ao projeto de expansão da carreira. Para o lado empresarial, Léo explica que investe em outros segmentos como na marca de roupas Estilo LS e vai montar uma barbearia especializada em cabelo afro.

Entrevista - Léo Santana // cantor

Aos 30 anos e após quatro anos solo, acredita que chegou no seu auge? Quais os próximos passos?
Estou vivendo o melhor momento, sim. E tudo que venho conquistando subi degrau por degrau, não tive uma ascensão absurda e depois o ‘nada’. Hoje eu vivo mais tranquilo. Tenho o repertório na boca da galera, não fiquei só no Rebolation, que foi maior que eu e o Parangolé. Quero não parar de fazer shows, lançar novos projetos e fortalecer a minha empresa. 

Como decidiu passear por outros gêneros?
Esse foi um projeto desafiador. O disco chama Inovando, e a palavra mostra que posso misturar com um pouco de tudo. Nesse disco tem reggae, pop e sertanejo. Tem um pouco de influência da black music, que costumo ouvir. O sertanejo é o ritmo mais ouvido no país e se tornou uma realidade no mercado, não podia ficar de fora. Estou recebendo boas críticas. Produtores elogiando que estou mais maduro. Agora começa outra fase do Léo Santana. Mostrar que eu canto bem, que não é só esse corpo bonito.

Pretende seguir o caminho do sertanejo?
Não. Isso é um projeto paralelo. A minha verdade, e o que aconteci fazendo foi o pagode da Bahia. Não vou mudar o gênero, seria um risco muito grande. É mais fácil um forró virar sertanejo, pela proximidade dos elementos musicais. Canto músicas de outros artistas agregando sempre uma pegada minha, misturo romântico ao pagode. Mas nesse trabalho quis fazer totalmente sertanejo.

Você também compõe. Como é funciona o processo criativo?
A autoral é Amiguinhas, a mais dançante e com coreografia. Participo de tudo, tanto as canções que os compositores mandam, até compondo junto com eles. Recebo a resposta durante os shows. Tenho que pensar em coreografia. A dança ajuda muito a crescer a música. Quando tem uma coregrafia que agrega o resultado é diferente. Essa é uma característica minha.

A dança está fortemente atrelada ao seu trabalho e a parceria com o projeto Fitdance deu certo. Se sente responsável por impulsionar esse novo mercado?
Modéstia à parte, sim. Eu de alguma maneira, tenho uma soma nisso aí. Sempre tive bailarinas nos meus shows e não era tão forte como as companhias de dança. Depois do É o Tchan, Harmonia do Samba e Companhia do Pagode o mercado enfraqueceu. Vender dança, sensualidade e o Fitdance se tornou realidade. Ainda tem o canal da Lore Improta, Daniel Saboya. Foi um conjunto de fatores que trouxe essa realidade. Amo dançar e quando estou compondo e produzindo uma música já incluo a dança. Penso na resposta do público, no que funciona bem para ter efeito no vídeo. Trabalho com bailarinas formadas e graduadas e vejo elas querendo crescer nas coregrafias e dou minha opinião, nosso público não vai aprender esses movimentos mais complicados. O menos é mais. O Fitdance é diversão, leva a perder calorias e manter a boa forma. É uma opção para cuidar da saúde e não ficar sedentário.

Como acredita que o público infantil entende as mensagens de músicas como Vai dar PT e Se eu tiver solteiro?
Rapaz esse assunto é interessante. Faço música para agradar e divertir a galera. Até recebo canções que denigrem a imagem da mulher. Em Se eu tiver solteiro, a original é mais agressiva e adaptamos. Esses detalhes fazem toda a diferença, pois a música chega de forma mais leve. Tenho que me preocupar se elas tem conotação machista, mas não  absorver esse peso. O povo já vive com tantos problemas, o Brasil é um país com tanta dificuldades, que a música é um momento de diversão. 

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