'Boogie oogie' resgata tempo das discotecas e traz Isis Valverde como mocinha de ''folhetim clássico''

Nova novela das 18h na Globo se passa na década de 1970, mas evita abordar ditadura militar

por Agência Estado 04/08/2014 12:49

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Em um tempo em que aparelhos denunciam quem está do outro lado da linha, pareceria estranho nos dias de hoje o fato de atender o telefone e ficar surpreso com a identidade do interlocutor. A situação, recorrente durante décadas, será comum em 'Boogie oogie', nova trama das 6 da Globo, que estreia nesta segunda-feira, 4. Por ser ambientada em 1978, os personagens e autores não poderão agilizar as tramas por celular.

"A ópera fica mais verossímil", aposta Rui Vilhena, que assina o texto da produção. Outro ponto que remete ao passado é a história central da novela, que gira em torno de duas mulheres trocadas na maternidade, recurso visto incontáveis vezes na teledramaturgia. "Esse é um folhetim clássico", avisa o diretor Ricardo Waddington.
Globo/divulgação
Isis Valverde garante que Sandra, sua personagem, ''não é aquela mocinha que chora'' (foto: Globo/divulgação)
A trama vai girar em torno da mocinha Sandra (Isis Valverde), que foi parar em uma casa de classe média de Copacabana, enquanto Vitória (Bianca Bin) acabou em uma família rica. As duas se cruzam quando o noivo da primeira, a caminho do casamento, tentar salvar o amado da segunda, que sofre um acidente de avião. Ao retirar o desconhecido Rafael (Marco Pigossi) das ferragens, Alex (Fernando Belo) acaba morrendo. O sobrevivente corre para a igreja para dar a notícia a Sandra e percebe que ela é a mesa garota pela qual havia ficado encantado no dia anterior.

Isis Valverde garante que sua personagem não vai reproduzir o dramalhão clássico das mocinhas. "Uma hora ela é boazinha, em outra tem rancor e ódio, quer vingança. Não é aquela mocinha que chora. Ela enfrenta as coisas, Tem uma fragilidade, mas por dentro é pedra dura. No início fiquei meio desesperada", exagera a atriz.

Em outro núcleo mais divertido estará Inês, aeromoça interpretada por Deborah Secco. Ela será responsável por trazer ao país os LPs estrangeiros que os DJs das discotecas ficam ansiosos para ter. A personagem também trará produtos do exterior. "Por enquanto ela traz chicletes e aquele estojo em que você aperta um botão e sai o apontador. Ela não é muambeira, é uma realizadora de sonhos", defende a atriz, que diz ter se inspirado nas mulheres do seriado 'As Panteras' (1976) e do filme 'Os embalos de sábado à noite' (1977). "Agora, eu caminho meio rebolativa", diverte-se.

'Boogie oogie' vai relembrar em tom saudosista a era das discotecas, com direito a KC and the Sunshine Band e Barry White na trilha sonora, além dos penteados e figurinos característicos. "As mulheres vão usar meias de lurex, bustiê e jaquetas. Faço uma homenagem a Sônia Braga em 'Dancin' days'", detalha a figurinista Marie Salles.

Apesar de se passar no período da ditadura militar, o regime não terá destaque na história. "Vai ter só uma pincelada de leve porque é uma novela das 6. Não é adequada ao horário, pois a trama tem um clima alto astral", contou Rui Vilhena. A queda crescente da audiência das novelas é uma preocupação.

 

"Essa questão está sendo rediscutida na mídia de massa. Nosso plano B é oferecer um produto de qualidade, pois não existe fórmula. Quando não formos compreendidos, vamos abrir esse diálogo. Quando isso acontece a culpa não é de quem vê, é de quem faz", declarou o diretor.

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