Caso Queiroz: Polícia do Rio intima Bonner e Renata após censura

Ambos foram intimidados a depor sobre suposta 'desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito'

Estado de Minas 04/12/2020 13:42
Reprodução/TV Globo
(foto: Reprodução/TV Globo)
Os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, foram intimados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro a depor sobre suposta "desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito". 

O caso envolve publicações sobre a investigação das 'rachadinhas' no gabinete da Alerj (Assembleia Legislativa do RJ) do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o chamado Caso Queiroz.
A TV Globo está proibida judicialmente de publicar informações sigilosas sobre o caso. Na ocasião, a emissora afirmou que a decisão judicial é um 'cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a investigação é de interesse de toda a sociedade'. Agora, a emissora informou que não se manifesta sobre procedimentos legais em curso.

Segundo o portal Uol, os mandados de intimação foram feitos pelo delegado Pablo Dacosta Sartori e emitidos na tarde de quarta-feira (2/12). 

De acordo com os documentos obtidos pelo Uol, os depoimentos estão marcados para a próxima quarta (9/12) -  ela, às 14h. Ele, às 14h30. 

Ainda segundo os mandados de intimação, caso Bonner e Renata deixem de comparecer sem justificativa no local, data e horário estipulados incorrerão em "crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal".

O caso


O Ministério Público do Rio acusa Flávio Bolsonaro de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita no âmbito das "rachadinhas" que teria praticado quando era deputado estadual. A denúncia também envolve Fabrício Queiroz e outros 15 ex-assessores.

Caso a Justiça aceite a denúncia, o filho de Jair Bolsonaro e seus ex-assessores virarão réus. 

Queiroz está atualmente em prisão domiciliar. Ele chegou a passar menos de um mês detido em Bangu, na zona oeste do Rio, mas conseguiu ir para casa por meio de habeas corpus. O ex-assessor foi encontrado numa casa de Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio, em Atibaia, São Paulo - o que foi considerado, junto com mensagens obtidas pelo MP, provas de que o grupo buscava se esconder das investigações.

Na denúncia apresentada à Justiça, o MP amarra uma série de informações que já haviam sido oferecidas ao longo da investigação. Tudo gira em torno de Flávio Bolsonaro ter supostamente se apropriado do dinheiro público da remuneração de seus assessores e, depois, praticado a lavagem desses recursos por meio da organização criminosa. Queiroz seria o operador do esquema. (Com Estadão Conteúdo)

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