Companhia de dança precisa "tolerar a intolerância" para se apresentar na posse de Trump

O grupo de Nova York Rockettes estaria passando por tensões internas sobre a apresentação do dia 20

por Redação EM Cultura 04/01/2017 12:22

Instagram Donald Trump/Reprodução; Rockettes/Reprodução
Algumas dançarinas da Rockettes consideram a postura de Trump "intolerante". (foto: Instagram Donald Trump/Reprodução; Rockettes/Reprodução)

 

A posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, é dia 20 de janeiro, em Washington. É tradicional que a posse do presidente do país seja celebrada com uma série de shows de música, dança e desfiles de grandes personalidades e grupos. O que está mais evidente sobre a cerimônia da posse do republicano, porém, é a polêmica.

Artistas como Elton John e Gene Simmons, da banda Kiss, são alguns dos nomes que recusaram uma participação. A companhia de dança nova-yorkina Rockettes, grupo de dança celebrado nos Estados Unidos, confirmou uma performance na posse, mas agora, segundo a edição norte-americana da revista Marie Claire, áudios vazados de diálogos da equipe do grupo revelam tensões internas sobre a decisão.

Os áudios seriam de uma reunião entre James Dolan, o principal gestor da arena Madison Square Garden, importante local de apresentações artísticas, e dançarinas da Rockettes. A  campanha de Trump foi marcada por comentários considerados machistas, xenofóbicos e intolerantes em geral por muitas pessoas, e uma das dançarinas disse já ter visto imagens das Rockettes na internet comparadas a nazistas, depois dos anúncio da participação delas na posse.

 

Rockettes/Reprodução
As Rockettes são "tão diversas quanto poderiam ser", segundo Dolan. (foto: Rockettes/Reprodução)
 

 

A apresentação, já haviam apontado integrantes da companhia, foi marcada sem conversa prévia com elas, entre as quais muitas desaprovam o republicano. Aparentemente, nenhuma dançarina negra aceitou participar.

Uma dançarina teria perguntado a Dolan se ele esperava que elas fossem "tolerantes com a intolerância". Dolan teria respondido: "Sim, de certa forma, eu acho que é isso o que faremos. Que outra escolha nós temos? Você tem alguma sugestão?". "Eu não acredito que vá prejudicar a marca", ele ateria afirmado, "E ninguém está mais preocupado sobre isso do que eu. Eu estou prestes a gastar 50 milhões de dólares nas apresentações deste verão. Eu vou gastar uma quantia parecida nos shows do próximo Natal. Precisamos vender ingressos".

Aparecer na posse, segundo Dolan, ajudaria nessa venda. "Um bocado de gente votou nessa pessoa", ele disse, "Tomara que eles gostem da nossa marca. Se 1% de 1% delas vierem às nossas apresentações, estaremos bem". Ele teria afirmado, contudo, que isso não significa que a companhia esteja apoiando Trump. "Eu diria simplesmente que estamos celebrando um novo presidente, não necessariamente este presidente".

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