'Sinatra, o chefão' conta a vida de um dos maiores nomes da música

Livro lançado pela Companhia das Letras é a segunda parte da biografia, iniciada com 'Frank, a voz'

por Mariana Peixoto 12/12/2015 08:00
ARQUIVO O CRUZEIRO
(foto: ARQUIVO O CRUZEIRO)
Para o maior dos cantores, a maior das biografias. Dois anos após lançar Frank, a voz, primeira parte da biografia de James Kaplan (um calhamaço de 750 páginas), a Companhia das Letras publica no Brasil a parte dois dessa narrativa. Sinatra, o chefão é ainda mais extenso (1,2 mil páginas).

No livro anterior, o autor narrava a trajetória de Sinatra desde seu nascimento, em Hoboken, Nova Jérsei, até a consagração com o Oscar por A um passo da eternidade (1953), aos 39 anos. Agora, a biografia parte desta “ressurreição” no showbizz até a morte, em 1998.

O reconhecimento com o Oscar de ator coadjuvante divide o astro, que passa a se dedicar com tanto afinco ao cinema quanto à música. No auge, “A voz” gravou um sem-número de discos, enquanto, a cada ano, coloca ao menos quatro novos filmes no cinema. Há também o período em que teve programa de TV e gravadora próprios.

Ao mesmo tempo, o amadurecimento e a chegada da meia-idade desencadeiam uma série de crises. A narrativa destaca o encontro de Sinatra com Elvis Presley, Beatles, Montgomery Clift, John Kennedy, bem como com nomes do crime organizado, referência sempre muito forte em sua trajetória.

Com riqueza de detalhes, a biografia vai a fundo na vida pessoal do cantor. Kaplan lança novas luzes nas relações amorosas de Sinatra. Segundo o biógrafo, o cantor, apaixonado por Marilyn Monroe, teria chegado a pedi-la em casamento em 1961, um ano antes da morte da estrela. Marilyn teria dito não porque havia reatado com seu ex-marido Joe DiMaggio.

Outra figura feminina de destaque na biografia é Mia Farrow. O casamento com Sinatra, em 1966, durou não mais do que um ano e meio. A atriz tinha 21 anos, o cantor havia entrado nos 50. Em 2013, Mia afirmou que o relacionamento com Sinatra continuou ao longo dos anos e que Ronan, seu filho com Woody Allen, poderia ser do cantor.

Pois o relato de Kaplan desmonta essa história. Ronan teria sido concebido em março de 1987, época em que Sinatra, recuperando-se de uma cirurgia intestinal, usava uma bolsa de colostomia. Além disso, há relato de sua filha Tina dizendo que o pai havia realizado uma vasectomia.

O biógrafo tampouco pega leve com Barbara Marx, a última das quatro mulheres do cantor. Mesmo estando no terceiro casamento, com Zeppo Marx, Barbara não se furtou a ir atrás de Sinatra. Com o marido doente, passou a deixá-lo em casa durante a noite para se encontrar com o cantor. Uma vez casados, Sinatra não a poupou de humilhações em público.

Kaplan contradiz até mesmo a versão que a viúva apresentou sobre a morte do cantor. Em suas memórias, Lady blue eyes, Barbara diz que havia saído para jantar com amigos na noite de 14 de maio de 1998, quando foi avisada de que o cantor havia sido levado às pressas para o hospital. Em seu leito de morte, Sinatra, de acordo com a mulher, teria aberto os olhos e sussurrado: “Eu não posso”. Pois de acordo com as fontes do biógrafo, Barbara teria se sentido mal e abandonando o marido sozinho antes de morrer.

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