

As paisagens, conta, são imagens feitas de lembrança, evocando Granada (Espanha), sua cidade natal, ou as montanhas de Minas Gerais. “É pintura impulsiva, fortemente visual, devido às cores, hoje mais fortes, e às pinceladas soltas”, explica Carretero.
Também cultivam-se em suas obras os valores da composição e da movimentação dos personagens. A defesa de uma pintura que retenha o momento em que foi realizada – momento “que não se repete”, frisa o artista – não o impede de produzir também obras que são fruto de várias sessões de pintura, algo proporcionado pela convivência com suas telas no ateliê. “Fico olhando (para as obras), começo a sentir que o que foi realizado não me satisfaz e acabo mexendo nelas”, explica. “Mas prefiro os trabalhos mais impulsivos. Carregam de forma melhor o momento que foram concebidos, que é o que uma pessoa consegue passar para o quadro.”
Carlos Carretero tem 67 anos, vive e trabalha em Belo Horizonte desde 1971. Veio visitar o pai, junto do irmão fotógrafo, e acabou ficando na cidade. Ele é filho de Angel Carretero, que fez pinturas para a igreja de Santo Agostinho – mais tarde apagadas, restando hoje apenas uma imagem no batistério do templo e uma expulsão de Adão e Eva do paraíso.
Carretero conheceu a pintura vendo o pai trabalhar. Aos 13 anos, participou de concursos e ganhou prêmios, sendo um deles uma bolsa de estudos para frequentar a Escola de Artes e Ofícios de Granada. Aos 16 anos, em Barcelona, frequentou as oficinas do Círculo Artístico de São Lucas, exercitando o desenho de observação. “A pintura é uma forma de expressão. A minha forma de comunicação é a pintura”, afirma.
Carlos Carretero
Pinturas. Espaço Cultural do jornal Estado de Minas (Avenida Getúlio Vargas, 291). Das 10h às 19h. Até dia 21 de agosto. Entrada franca.