André Hauck apresenta exposição 'Áreas de intermitência' na sede do Funarte

O mineiro André Hauck – vencedor do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea em 2014 – vem marcando presença em BH com fotos voltadas para lugares anônimos das cidades como beiras de estrada, construções inacabadas, obras demolidas e ruínas. Suas imagens coloridas somam dramaticidade e beleza.

Com curadoria de Julio Martins, Hauck, de 36 anos, apresenta a exposição Áreas de intermitência, na sede da Funarte. O fotógrafo manteve o motivo ao qual sempre se dedicou, mas trocou a cor pelo preto e branco, pequenas câmaras pelas grandes, o digital pelo analógico. O artista defende linguagem mais objetiva e direta – evocação da foto documental do final do século 19 – para interpelar a paisagem urbana contemporânea.

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Realizados entre 2010 e 2014, os trabalhos foram agrupados em três séries: Desvios, Limítrofes e Sombras. "Fotografo a cidade sem utopia. Ela é como o deserto: ao mesmo tempo seca e despertando veneração”, conta André. Desvios se volta para arquitetura vernacular, prédios construídos por quem não é profissional. "São obras que não têm início e nem fim, ocupando lugares inconcebíveis”, diz. Limítrofes traz construções entre um lugar e outro, “resíduos do processo de urbanização empurrados para as margens das cidades”. Sombras explora manchas de fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua.

As primeiras séries se voltam para “não lugares”; a última traz temas sociais. Em todos os casos, observa Hauck, há indícios de vida. “Estou falando das marcas e de rastros da presença humana. Alegorizo o registrado de forma que a imagem possa ganhar vários significados. Considero importante que o trabalho desperte reflexões”, conclui.

ÁREAS DE INTERMITÊNCIA

Fotos de André Hauck. Funarte MG, Rua Januária, 68, Floresta, (31) 3213-3084. De quarta-feira a domingo, das 11h às 21h. Até 14 de setembro.