Quando os espectadores do sarau 'De tempo somos' entram no Teatro Wanda Fernandes, no Galpão Cine Horto, os atores já estão à espera. O cumprimento é corriqueiro, como se Antônio Edson, Beto Franco, Eduardo Moreira, Fernanda Vianna, Lydia Del Picchia, Luiz Rocha, Júlio Maciel, Paulo André e Simone Ordones recebessem convidados em casa.
Aí está o mérito do primeiro sarau literário do Galpão: 'De tempo somos' é, sim, um olhar para o passado, mas nesse exercício não há poeira – muito menos vaidade. Vemos a alegria de compartilhar fragmentos dessa história de sabida importância tanto para o teatro brasileiro quanto para Divina, de Uberlândia, que fez uma oficina com o Galpão, largou o emprego de doméstica e hoje é contadora de histórias. Ou para o Zé, o doidinho de Morro Vermelho. Ele testemunhou os ensaios de 'Romeu e Julieta' no ponto mais alto do cenário. E assim é para cada um dos espectadores que dividiram momentos de sua vida com os atores do Galpão.
Com novos arranjos, as 25 canções vieram das trilhas de 'Corra enquanto é tempo' (1988), 'Álbum de família' (1990), 'Romeu e Julieta' (1992), 'Um Molière imaginário' (1997), 'Partido' (1999), 'Tio Vânia e Eclipse' (2011). Espalhados pelo palco, instrumentos fazem as vezes de cenário. De cara limpa, os atores se revezam na declamação de textos, que, em geral, trazem o tempo como tema.
Em um dos raros momentos em que há contracena, Paulo André e Antônio Edson esbanjam sintonia no trio dividido com Luiz Rocha, ator convidado e diretor musical. O jogo estabelecido com o conto “A carteira”, de Tchékhov, sintetiza a montagem. 'De tempo somos' faz o Galpão, com leveza, rir de si mesmo. E se confraternizar com a própria história.
DE TEMPO SOMOS
Nesta sexta-feira, às 21h; sábado, às 19h e 21h; domingo, às 20h. Teatro Wanda Fernandes do Galpão Cine Horto, Rua Pitangui, 3.613, Horto, (31) 3481-5580. R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).
O clima de intimidade é essencial para 'De tempo somos', que a companhia apresenta até domingo em BH. Desta vez, elementos comuns nos espetáculos do Galpão foram deixados de lado. Não há figurino nem maquiagem marcantes. Não tem cenário grandioso e nem muito texto. Poucos personagens aparecem por ali. Chegou a vez de a música ser protagonista, e ela tem missão especial: te fazer viajar no tempo.
Aí está o mérito do primeiro sarau literário do Galpão: 'De tempo somos' é, sim, um olhar para o passado, mas nesse exercício não há poeira – muito menos vaidade. Vemos a alegria de compartilhar fragmentos dessa história de sabida importância tanto para o teatro brasileiro quanto para Divina, de Uberlândia, que fez uma oficina com o Galpão, largou o emprego de doméstica e hoje é contadora de histórias. Ou para o Zé, o doidinho de Morro Vermelho. Ele testemunhou os ensaios de 'Romeu e Julieta' no ponto mais alto do cenário. E assim é para cada um dos espectadores que dividiram momentos de sua vida com os atores do Galpão.
Com novos arranjos, as 25 canções vieram das trilhas de 'Corra enquanto é tempo' (1988), 'Álbum de família' (1990), 'Romeu e Julieta' (1992), 'Um Molière imaginário' (1997), 'Partido' (1999), 'Tio Vânia e Eclipse' (2011). Espalhados pelo palco, instrumentos fazem as vezes de cenário. De cara limpa, os atores se revezam na declamação de textos, que, em geral, trazem o tempo como tema.
Em um dos raros momentos em que há contracena, Paulo André e Antônio Edson esbanjam sintonia no trio dividido com Luiz Rocha, ator convidado e diretor musical. O jogo estabelecido com o conto “A carteira”, de Tchékhov, sintetiza a montagem. 'De tempo somos' faz o Galpão, com leveza, rir de si mesmo. E se confraternizar com a própria história.
DE TEMPO SOMOS
Nesta sexta-feira, às 21h; sábado, às 19h e 21h; domingo, às 20h. Teatro Wanda Fernandes do Galpão Cine Horto, Rua Pitangui, 3.613, Horto, (31) 3481-5580. R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).