Musical 'Samba, amor e malandragem' fica em cartaz até dezembro no Teatro da Cidade

Produção mineira evita copiar padrão Broadway que tem predominado principalmente em São Paulo

por Ailton Magioli 22/10/2014 07:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Alexandre Motta/Divulgação
Um boteco é o cenário da peça 'Samba, amor e malandragem', de Kalluh Araújo (foto: Alexandre Motta/Divulgação )
Ao detectar o potencial do musical 'Samba, amor e malandragem', de Kalluh Araújo, que ficou em cartaz em Belo Horizonte apenas dois meses, no ano passado, Pedro Paulo Cava não teve dúvidas. Propôs imediatamente ao produtor Paulo Resende a remontagem do espetáculo, agora sob sua responsabilidade, no Teatro da Cidade.

Cava é um mestre dos musicais em BH. Ele dirigiu 'Mulheres de Hollanda', que ficou em cartaz por três anos em seu Teatro da Cidade – espaço que se tornou referência para o gênero. Naquele palco também fizeram sucesso 'Na era do rádio', 'Estrela Dalva', 'Brasileiro, profissão esperança' e 'Morte e vida severina', além dos infantis 'Pianíssimo', 'História de lenços e ventos' e 'Romão e Julinha'.

“Achei 'Samba, amor e malandragem' muito bonito, mas, por razões que não interessam agora, ele saiu de cartaz pouco tempo depois da estreia”, comenta Pedro Paulo Cava, anunciando que a nova temporada vai ficar em cartaz até a primeira quinzena de dezembro. Depois, participará da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.

O elenco de 'Samba, amor e malandragem' mudou. Ao lado do ator Kalluh Araújo, que assina roteiro e direção, estão Dirlean Loyola, Evaldo Nogueira (que assume também o violão e a viola), Kátia Kouto, Gerson Marques (piano, guitarra, violão e bandolim), Luiz Gomide, Jai Baptista, Márcio Batista (percussão), Jeferson de Medeiros, Tiago Colombini e Júlia Borges (percussão).

Kalluh Araújo conta que o musical narra a história de um malandro do bem, que faz samba pensando na transformação do mundo. Assassinado, o protagonista (Jeferson de Medeiros) narra ao público a própria trajetória, sem preocupações cronológicas. No cenário apropriado, um botequim, sua vida ressurge por meio de canções de Ary Barroso, Bezerra da Silva, Chico Buarque, Cartola, Martinho da Vila, Pixinguinha e Zé Keti. São cerca de 25 sambas interpretados ao vivo.

Com duas experiências no gênero – 'O menino que sonhava colorido' (infantil) e 'Romeu, Romeu' (adulto) –, Kalluh Araújo diz buscar um jeito próprio de fazer musical, distante do modelo Broadway que tem predominado principalmente em São Paulo.

MATRIZ CARIOCA  Pedro Paulo Cava lamenta a opção dos que copiam o formato norte-americano, lembrando que o musical brasileiro se desenvolveu, especialmente, em palcos cariocas. “O Rio é o berço”, ressalta o diretor e produtor, lembrando que o brasileiro sempre teve uma queda pelo gênero.

Em 1978, Pedro Paulo Cava fez a primeira incursão no gênero com a ópera-samba 'O rei Momo', de César Vieira. Dois anos depois, montou 'Mãos sujas de terra', de Luiz Carlos Moreira, seguido de 'Bella ciao', de Luís Alberto de Abreu, e 'Dura lex sed lex no cabelo só gumex', de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha.


SAMBA, AMOR E MALANDRAGEM
Teatro da Cidade, Rua da Bahia, 1.341, Centro. Quinta-feira e sexta-feira, sessões para convidados. A partir de sábado, espetáculos abertos ao público. Temporada até 14 de dezembro. De quinta-feira a sábado, às 20h30, e domingos, às 19h. R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia-entrada) e R$ 15 (Sinparc e Fnac do BH Shopping). Informações: (31) 3273-1050.

MAIS SOBRE E-MAIS