“É menos uma história e mais uma visita a um Brasil feliz”, explica o diretor André Paes Leme. O público vai acompanhar os acontecimentos guiado por três personagens. A primeira é uma fã de cantores do rádio, que sai de Minas Gerais para falar com o ídolo dela, no Rio de Janeiro – “era o tempo das chamadas pejorativamente de macacas de auditório”, observa o diretor. Outra personagem é uma dona de casa que vai se desquitar e tem que arrumar o primeiro emprego, uma deixa para falar tanto dos primórdios da libertação da mulher, entre ouitros temas. A terceira figura é uma cantora de boate, que se relaciona com um político e vai para Brasília.
“Hoje há uma nova pesquisa, observando como o público interage com o gênero. O primeiro momento é transposição de modelos, mas aos poucos começam a descoberta de um caminho próprio”, destaca, achando positiva a movimentação na área. “Isso potencializa o ator, muito exigido no musical, que cobra habilidade físical e vocal. Mas está havendo um certo enrijecimento da interpretação, feita a partir do canto e da coreografia, que tem levado à perda de personalidade”. Na opinião de Paes Leme, fica a sensação de que musical é gênero ultrapassado, que depois de ver um todos os outros são iguais. “Por isso, quando alguém foge do formato Broadway é ótimo. Além de cantar e dançar, o ator tem que estar em cena com personalidade”, afirma.
1958 – A BOSSA DO MUNDO É NOSSA
Musical dirigido por André Paes Leme, com Andrea Veiga, Bianca Byington, Daniela Fontan, Diego de Abreu, Leandro Castilho e Mateus Lima. Sábado, às 20h; domingo, às 19h, no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Ingressos entre R$ 25 e R$ 60. Informações: (31) 3241-7181.