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“Está impressa na concepção do presépio a visão de um menino que veio do interior e viu Belo Horizonte crescer”, observa o diretor. E conta também o cotidiano de Raimundo Machado. Marceneiros, soldados, músicos, sapateiros, em meio a cenas bíblicas, seriam observações do artista, morador da periferia que via o que estava além da Avenida do Contorno.
O criador O Presépio do Pipiripau foi criado por Raimundo Machado (1894-1988), artista que nasceu em Matozinhos, na Grande BH, e chegou à cidade aos 4 anos. Sua família deixou Diamantina para morar na capital mineira, instalando-se na Colônia Américo Werneck (região onde hoje estão os bairros Santa Tereza, Floresta, Horto e Sagrada Família), conhecida então como Pipiripau. As primeiras (das 580) peças do presépio foram feitas em 1906, quando Raimundo tinha 12 anos, e montou um presépio numa caixa de sapato. Com o passar do tempo, o artista foi ampliando a obra, o número de figuras e deu movimento a elas por meio de diferentes engrenagens. Em 1984, o Pipiripau foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 1976, foi transferido para o Museu de História Natural da UFMG, onde está até hoje.
>> Para visitar
Bíblias

(31) 3269-1166.
Episcopal
Presépio com 11 imagens de grande formato está instalado nas escadarias da entrada do Palácio Cristo Rei (Praça da Liberdade, 263, Funcionário).
O local pode ser visitado diariamente, até 6 de janeiro de 2014, das 7h às 23h.
Ouro Preto

Rodoviária de BH

Serra da Piedade
Cerca de 15 presépios de Belo Horizonte, Caeté, Sabará e Santa Luzia estão reunidos na mostra Natal, que está sendo apresentada, até 6 de janeiro de 2014, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Caeté). Aberto diariamente, das 7h às 18h. A entrada de pedestres é gratuita e carros pagam R$5. Informações (31) 3651-6335.
Passeio delicioso
Em breves 70 minutos 'Pipiripau – o mundo de Raimundo', de Aluizio Salles Júnior, cumpre o que o título promete: apresentar elaborado retrato de artista singular, cuja obra encanta Belo Horizonte há décadas, e o contexto que ele viu e viveu. E assim entra em cena uma personagem muito especial, que ainda não tinha ganhado filme à altura: a cidade de Belo Horizonte. Da época em que foram criados os principais monumentos, do Pirulito da Praça Sete ao prédio central da Praça da Estação.
É notável como o diretor, de forma minuciosa, leve e envolvente, trabalha o artista e cidade, com harmonia, criando diálogos entre eles. E, o melhor, sem provincianismo. O resultado é delicioso passeio, quase pitoresco, por capital de prédios com arquitetura francesa no meio de região que era mato e poeira. Lugar cuja população foi contemporânea dos primórdios do cinema e do automóvel. E que festejou o surgimento da luz elétrica e a metropolização da vida urbana.
'Pipiripau – o mundo de Raimundo' é bom cinema, não apenas história interessante. Música, montagem, narração, extensa iconografia, animações precisas, somam-se, criando um filme divertido, despretensioso e muito envolvente. Chama atenção o capricho e a habilidade de Aluizio Salles para articular amplo leque de informações, criando obra rica de questões. De fato um filme-ensaio, que acaba revelando algo muito saboroso: olhar popular sobre a metrópole e a modernidade, inscrito no Presépio do Pipiripau.
O ponto de partida para o documentário foi uma entrevista de cinco horas com Raimundo Machado, feita pela historiadora Vera Alice Cardoso Silva. A presença dela no filme ganha, involuntariamente, sentido de homenagem a historiadoras mineiras (várias delas fazem parte) e à historiografia inovadora, que criou solo fértil sobre o qual brotou nova sensibilidade para perceber a singularidade de Belo Horizonte, solo do qual, de certa forma, o próprio filme é exemplo.
Versão reduzida
Quem quiser ver a obra de Raimundo Machado ao vivo terá que se contentar com o Pipiripinho. Trata-se de versão menor do presépio (3m X 3m), também com movimento, feita pelo artista para ocasiões em que o original estivesse em manutenção ou exposto em outra cidade. Junto com a peça está sendo realizada mostra com o projeto de modernização e ampliação do espaço físico do local. A versão grande do Pipiripau está fechada ao público desde 2012. O objetivo, como explica Fabrício Fernandino, era realizar diagnóstico das necessidades da obra, além de elaborar projeto arquitetônico. Será construído prédio específico para a peça. Estão previstos para fevereiro de 2014 o início da restauração artística e a licitação para a construção da sede do projeto. O Pipiripinho funciona de terça a domingo, das 9h às 17h, no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, Rua Gustavo da Silveira, 1.035, Santa Inês, (31) 3409-7600. Ingressos: R$ 4. Estará fechado nos dias 24, 25 e 31 e em 1º de janeiro de 2014.