"Não queremos calar ninguém", dizem artistas do Procure Saber em vídeo

Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Gilberto Gil falaram sobre as biografias não autorizadas em vídeo divulgado na terça-feira, pelo Facebook do grupo

por Lucas Rage 30/10/2013 10:11

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Youtube / Procure Saber
Roberto Carlos Gilberto Gil e Erasmo Carlos expressaram suas opiniões a respeito das biografias em vídeo compartilhado pelo Procure Saber na terça, 29 (foto: Youtube / Procure Saber)

A associação de artistas Procure Saber abriu um novo capítulo nas discussões sobre as biografias na terça-feira, 29. Em um vídeo compartilhado no Facebook do grupo, Erasmo Carlos, Gilberto Gil e Roberto Carlos expressam suas opiniões a respeito do tema e defendem o direito à privacidade.

Em seus depoimentos, os artistas colocam em uma mesma moeda o direito à privacidade e a liberdade de expressão. "Queremos afastar qualquer hipótese de censura prévia. Queremos sim garantias contra os ataques, os excessos, as mentiras, os insultos, os aproveitadores", explica Gilberto Gil, em um momento. “Nunca quisemos exercer qualquer censura. Ao contrário, o exercício do direito à privacidade é um fortalecimento de um direito coletivo. Só existiremos enquanto sociedade, se existirmos enquanto pessoas”, continua o artista, em outro.

“Quando nos sentimos invadidos, julgamos que temos o direito de nos preservar. E de certa forma preservar a todos que de alguma maneira não têm, como nós temos, o acesso à mídia, ao judiciário, aos formadores de opinião”, pontua em outro momento Gil, ex-ministro da Cultura.

Roberto Carlos, que em 2007 impediu a publicação da biografia 'Roberto Carlos: Em detalhes', foi além ao abordar, mesmo que indiretamente, a censura prévia. “Não é uma decisão fácil, mas ela passa por um juízo íntimo, e julgamos ter o direito de saber o que de privado, de particular, existe em cada um de nós na nossas vidas”, afirma. “Este é um ponto que não podemos delegar a ninguém: decidir o que nos toca a cada qual intimamente, decidir o que nos constrange e nos emociona”, completa Erasmo Carlos.

Em um segundo momento, Erasmo Carlos parece seguir a mão contrária ao discurso usado pelo Procure Saber até o momento. “Se nos sentirmos ultrajados, temos o dever de buscar nossos direitos. Sem censura prévia, sem a necessidade de que se autorize por escrito quem quer falar sobre o que quer que seja”.

De fato, o grupo admite ter tomado posições radicais no passado, segundo Roberto Carlos, “na vontade de evitar a exposição da intimidade, da nossa dor ou da dor dos que nos cercam”. Confiamos que o poder judiciário há de encontrar uma maneira de conciliar o direito constitucional à privacidade com o direito, também fundamental, de informação”, reitera o Rei. “Não queremos calar ninguém, queremos que nos ouçam”, finaliza.

Assista ao vídeo do Procure Saber, na íntegra:


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