Festival Internacional de Fotografia abre mostras no Espaço CentoeQuatro e no Museu Mineiro

Artistas convidados vão produzir trabalhos inéditos que serão projetados em edifícios de BH

por Walter Sebastião 12/07/2013 06:00

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Joe Johnson/Divulgação
O fotógrafo americano Joe Johnson se interessa pela arquitetura como forma de construção de lugares sociais (foto: Joe Johnson/Divulgação)
Kent Rogowski/Divulgação
Trabalho do norte-americano Kent Rogowski, da série 'Love is love', que está em mostra no Espaço CentoeQuatro. (foto: Kent Rogowski/Divulgação )
Arte com visões poéticas para produzir conhecimento sensível e reflexões sobre o mundo e a imagem. É o que propõe o primeiro Festival Internacional de Fotografia (FIF), que abre hoje mostra no Espaço CentoeQuatro, no Centro de Belo Horizonte. Até 25 de agosto estarão sendo apresentados, em diversos espaços da cidade, trabalhos de 32 artistas de 19 países. “O que o público vai ver são autores que se valem da fotografia como ferramenta a serviço do imaginário”, explica Guilherme Cunha, de 32 anos, um dos idealizadores do evento, ao lado de Bruno Vilela.


O material exposto foi selecionado a partir mais de mil inscrições, vindas de 72 países. “Não é seleção, mas construção, recorte de práticas que privilegiam uma visão e têm interseção com as artes visuais”, acrescenta Guilherme Cunha. O evento é também espaço de produção. Vinte e quatro criadores realizam ensaio autoral sobre a cidade durante o tempo do festival, que será projetado em paredes cegas de prédios de BH no período de 17 a 20 de agosto, à tarde e à noite, na região do Centro e arredores. Algumas estações do metrô também ganham exposições.

Os trabalhos apresentados, explica Guilherme, discutem a fotografia, mas sem privilegiar a noção convencional de foto e mostrando múltiplos processos de criação. Um exemplo pode ser o trabalho de Kent Rogowski (EUA), que cria imagens sem se valer da máquina fotográfica, combinando peças de diferentes quebra-cabeças. A dupla inglesa MacDonald Strand, por sua vez, transforma fotos históricas (como a do físico Einstein colocando a língua pra fora ou a imagem icônica de Che Guevara feita pelo fotógrafo Korda) em desenhos, sobre os quais o espectador pode intervir.

Estão na exposição trabalhos que dialogam com a tradição fotográfica, como as fotos de arquitetura da Bauhaus, “que continuam reverberando nas produções dos artistas contemporâneos”, explica Guilherme. Diretamente associadas a esse motivo são as fachadas de imóveis destruídos por tsunami, do japonês Hiroito Nomoto, ou imagens fictícias, do alemão Josef Schulz. O conjunto dos trabalhos reunido pelo FIF, para o curador, discute  temas amplos: a indagação sobre o que se vê e o que é a fotografia, porque produzimos imagens, como se forma o acervo mental de fotos que está na cabeça de todos, e o bombardeio de informação visual no cotidiano.

“Belo Horizonte tem vocação e tradição de festivais internacionais de arte e cultura, que se desdobram em fóruns de debate e reflexão, além de ser polo importante de produção de artes visuais. E ainda não existia ação que organizasse e divulgasse as atividades ligadas à fotografia em escala ampla”, analisa Guilherme Cunha. O curador esclarece avaliação que está na origem da criação do evento: “Estamos fazendo festival, mas com caráter de uma bienal”.

Hiroito Nomoto/Divulgação
Fachada de imóvel destruída por tsunami, do japonês Hiroito Nomoto: composição rigorosa sobre a tragédia (foto: Hiroito Nomoto/Divulgação )
Festival Internacional de Fotografia

Exposições, debates, oficinas, lançamento de livros. Até 25 de agosto. Entrada franca. Informações e programação completa: www.fif.art.br




Matt Lutton/Divulgação
Matt Lutton registra flagrantes das ruas, traçando um retrato psicológico dos sérvios e da região (foto: Matt Lutton/Divulgação)
ONDE IR

>> CentoeQuatro, Praça Rui Barbosa, 104, (31) 3222-6457
De terça a domingo, das 9h às 19h

>> Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, Av. Afonso Pena, 737, Centro, (31) 3236-7400
De terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h

>> Estações do metrô do Calafate (Rua Extrema, 120, Calafate); São Gabriel (Avenida Cristiano Machado, 5.600, São Paulo); Central (Praça Rui Barbosa, s/nº, Centro). Todos os dias, das 5h15 às 23h

>> Museu Mineiro, Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários, (31) 3269-1168
Terça, quarta e sexta-feira, das 10h às 19h; quinta-feira, das 12h às 21h; sábado e domingo, das 12h às 19h.

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