

Desde 1997, o artista plástico trabalha com arte sacra, mas o conjunto agora exposto não pertence a esse universo. Calsavara realiza um antigo sonho: apresentar mostra individual que não exiba seus habituais santos em madeira. “Queria liberdade para me expressar. Estou mostrando criações minhas, não o que faço para atender encomendas”, observa. E admite: ainda guarda certa desconfiança em relação às novas criações, que chama de “design não funcional”. Mas evita especulações quanto a significados: “Depois de pronta, a obra é do espectador”.

Ele elogia o curso da Universidade Federal de São João del-Rei, ao comentar a cena das artes visuais em sua cidade: “É uma chance de avançar, traz outros horizontes”. Também destaca o patrimônio artístico e cultural são-joanense. “Mas precisamos de espaço mais adequado para exposições”, reivindica, lembrando que o Solar da Baronesa é o melhor, e praticamente o único da cidade. “Museus e outras instituições deveriam criteriosamente abrir espaço para mostras temporárias”, conclui.
MEMÓRIA LÍQUIDA
Esculturas de Carlos Calsavara. Solar da Baronesa – Centro Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei, Praça Dr. Augusto das Chagas Viegas, 17, Largo do Carmo, (32) 3379-2500. Diariamente, das 8h às 20h. Até 23 de junho.