Entre as descobertas estão a coleção com 16 obras doadas ao MAP por Assis Chateaubriand, nunca exibida em sua totalidade e que contempla diversas épocas e propostas artísticas; cinco trabalhos de Guignard, inclusive um desenho inédito; obras de Volpi, Burle Marx, Goeldi e Amilcar de Castro; além de produções de arte contemporânea assinadas por Rivane Neuenschwander, Cao Guimarães, Márcia Xavier, Cristiano Rennó e Valeska Soares. O público também poderá conferir trabalhos de Vik Muniz, Cildo Meirelles, Roberto Vieira e Decio Noviello. Há até uma curiosidade “histórica”: um quadro pintado por Winston Churchill, primeiro-ministro inglês que teve papel fundamental na vitória dos Aliados na 2ª Guerra Mundial.
Do presente ao passado
A exposição começará pelos jardins externos do MAP. Criados por Burle Marx, eles abrigam esculturas importantes, como O abraço, de Ceschiatti, e Nu, de Zamoyski. Depois, seguirá pelo Salão Nobre e mezanino. As peças serão ordenadas cronologicamente: a mostra parte da produção visual das últimas décadas, passará por movimentos como Geração 80 e obras representativas dos salões nacionais de arte de BH para chegar ao modernismo brasileiro. A Casa do Baile receberá uma extensão de Museu revelado. Por dialogar com a arquitetura, o design e questões urbanas, o espaço receberá obras relacionadas a essas temáticas. Bastidores Em dezembro, informa Michele Mafra, o MAP será revelado sob outro prisma. Os visitantes terão a oportunidade de se aproximar dos bastidores da mostra. “As pessoas não conhecem o que está por trás da montagem de uma exposição como essa. Vamos apresentar esse trabalho interno, ou seja, como funciona a curadoria, a compilação das peças e a restauração. Isso é bem interessante”, ressalta a gestora. De acordo com ela, a nova etapa virá acompanhada de um edital de arte contemporânea. “Selecionaremos duas propostas curatoriais para integrar o calendário expositivo do museu em 2013, democratizando o espaço e dando oportunidade a novos curadores”, conclui.
Saiba mais - Joia de Niemeyer
Idealizado para abrigar um cassino, inaugurado em 1943, o Museu de Arte da Pampulha (MAP) foi o primeiro projeto de Oscar Niemeyer para o conjunto arquitetônico da Pampulha. Seu interior interpreta de forma criativa os elementos essenciais do barroco mineiro por meio da composição de espaços livres e cenográficos, do uso de perspectivas ilusórias nas paredes espelhadas e do jogo de curvas e rampas. Os jardins que circundam o prédio, criados pelo paisagista Roberto Burle Marx, têm como característica principal as formas sinuosas, com grandes blocos e manchas de cores construídas com espécies da flora brasileira. Com a proibição dos cassinos no país, o museu (foto) passou a funcionar no prédio de Niemeyer a partir de 1957.