Sérgio Vaz explora reminiscências com desenhos hiper-realistas em mostra

Exposição entra em cartaz na Galeria de Arte da Cemig

por Sérgio Rodrigo Reis 04/09/2012 11:19

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Samuel Oliveira/Divulgação
(foto: Samuel Oliveira/Divulgação)
A exposição que Sérgio Vaz abrirá nesta terça-feira, às 20h, na Galeria de Arte da Cemig, deverá marcar o fim de um ciclo até então promissor. Durante os últimos anos, o artista plástico conquistou vários espaços – dentro e fora do país – com desenho hiper-realista, capaz de impressionar pela fidelidade ao retratar objetos e pessoas. A dificuldade de o espectador perceber algo além da perfeição de seu traço tem incomodado o artista. Outro aspecto que o faz pensar em mudar de rumo é certo esgotamento pessoal da técnica. “Acho que o que tinha de explorar já explorei”, avisa ele, que começa a sinalizar novos rumos a partir de agora. 
Na mostra da Galeria da Cemig, o corpo humano aparecerá como objeto, como forma e como espaço de ativação das memórias da infância. A temática estará, inicialmente, em obras revelando a relação dele com a casa onde mora e trabalha. Em outro momento, haverá o que ele chama de “ilustrações das palavras/dicionário da mãe”, quando ele apresenta glossário próprio criado a partir de interpretações de orações e escrituras maternas. No terceiro segmento, o artista faz referência aos desenhos técnicos realizados pelo pai, que fazia esquetes para marcenaria. A exposição termina com desenhos inspirados na estética de antigas fotografias de família. 
Nascido em Belo Horizonte, onde leciona desenho na Escola Guignard, Sérgio Vaz se considera um artista em processo. Realizando exposições desde 1989, já apresentou obras em importantes espaços nacionais e internacionais, como o Palácio das Artes (BH) e a Galeria Salvador Dias, em Madri (Espanha). Para a Galeria da Cemig, apropria-se dos desenhos do pai e dos escritos da mãe em leitura pessoal. Sua intenção é colocar as reminiscências em primeiro plano.
A mudança de parâmetros ocorre porque, até então, as interpretações sobre sua criação têm sido, vez por outra, restritivas. “Não me incomodaria se a leitura fosse além do hiper-realismo dos desenhos. O realismo é só uma técnica, não exatamente a finalidade de meu trabalho. Pretendo enfatizar o sentido e dar menos importância à técnica”, explica. Com os novos desenhos, ele quer que a situação retratada desafie o espectador a mudar o olhar. 
 
Em nome do pai
Abertura da exposição de Sérgio Vaz, hoje, às 20h, na Galeria de Arte do Espaço Cultural da Cemig, Avenida Barbacena, 1.200, Santo Agostinho. Aberta até dia 23, diariamente, das 8h às 19h. 


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