Fidinho leva a dança contemporânea ao público infantil

por Marcello Castilho Avellar 23/10/2009 07:00
Patrícia Valdez Cardoso/divulgação
Bosque: atração de sábado e domingo, no Teatro Marília (foto: Patrícia Valdez Cardoso/divulgação)

Quase todas as pessoas pensam que dança contemporânea é coisa para gente grande. Um negócio como arte que faz pensar, que pode exigir operações intelectuais complicadas, marcada por fragmentações, citações a obras anteriores e o escambau não seria acessível a crianças. Para sorte do público mais jovem, há criadores que acham tudo isso uma grande besteira, e investem exatamente na investigação da contemporaneidade voltada para os pequenos. Mais sorte ainda tem o público de Belo Horizonte, pois o Fórum Internacional de Dança (FID) decidiu abrir espaço para essas investigações, o Fidinho.

A programação deste ano começa com Bosque, do criador português Rafael Alvarez, que será apresentado sábado e domingo, às 16h (a sessão do Fidinho) e às 20h, no Teatro Marília. E continua no próximo fim de semana, com os paulistas da Balangandança apresentando Brincos & folias, no mesmo teatro, às 16h.

A lógica por trás do Fidinho é simples. Boa parte dos adultos têm dificuldade em pensar “contemporaneamente” – e isso se refere a coisas aparentemente tão distantes quanto capacidade de apreciar obras de arte contemporânea, pesquisar alguma coisa na internet, lidar com novas formas de organização. Essas pessoas foram treinadas para pensar de maneiras clássicas, convencionais, e estas maneiras seriam inadequadas para solucionar muitas das questões cotidianas.

A inserção nessas novas formas de pensamento, portanto, seria um exercício de cidadania, ao tornar as pessoas mais aptas a agir autonomamente, resolver seus próprios problemas, participar ativamente na solução dos problemas coletivos. E, como qualquer forma de inserção, esse processo seria mais eficiente se as pessoas tivessem condições de mergulhar nele ainda novas – o mesmo ocorre com a alfabetização, por exemplo. O Fidinho pretende ser instrumento para esse processo.

Ao garimpar obras que, ao mesmo tempo, são atraentes ao público mirim e sintonizadas com o novo, o projeto busca abrir portas à garotada para continuar sua investigação por conta própria. E, claro, também aos adultos que acompanham as crianças, duplamente envolvidos na questão: também podem crescer pessoalmente com a novidade; e, a partir do contato com ela, descobrir como guiar melhor suas próprias crianças.

FÓRUM INTERNACIONAL DE DANÇA

Sexta: 20h – Cumprimento fiel (Kaiowas Grupo de Dança, SC), Teatro Klauss Vianna, Avenida Afonso Pena, 4.001, Serra. 21h – Bull dancing – Urro de omi boi (Marcelo Evelin/ Demolition Inc., PI), Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60,
Santa Efigênia).

Sábado: 10h às 13h – Venda: vendo, me vendo, cada vez me vendo mais (Uai Q Dança Cia., MG), Feira coberta do Padre Eustáquio (Rua Jacutinga, 821, Padre Eustáquio). 16h e 20h – Bosque (Rafael Alvarez, Portugal), Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586, Funcionários). 21h – Bull dancing – Urro de omi boi, Teatro Klauss Vianna.

Domingo: 10h às 13h – Venda: vendo, me vendo, cada vez me vendo mais, Mercado Distrital do Cruzeiro (Rua Ouro Fino, 452, Cruzeiro). 16h e 20h – Bosque (Teatro Marília). 19h – Continue reto, sempre em linha reta! E vai com Deus… (Camaleão Grupo de Dança, Minas Gerais), Teatro Klauss Vianna.

Ingressos nos teatros a R$ 2 (inteira) e R$ 1 (meia)
Em Venda, espectadores podem adquirir um minuto de dança ao preço popular de R$ 1.
O FID vai até 1º de novembro.

MAIS SOBRE E-MAIS