Comédia francesa 'O poder de Diane, trata tabus com naturalidade

Primeiro longa-metragem de Fabien Gorgeart, o filme acompanha a gravidez da personagem-título

por Mariana Peixoto 25/10/2018 08:46
BONFILM/DIVULGAÇÃO
(foto: BONFILM/DIVULGAÇÃO)

O poder de Diane, comédia dramática francesa que estreia nesta quinta (25) no Cine Ponteio, tem um grande mérito: tratar, com naturalidade, situações ainda vistas como tabus.

Primeiro longa-metragem de Fabien Gorgeart, o filme acompanha a gravidez da personagem-título. Na cena inicial, Diane (Clotilde Hesme) é apresentada, propositalmente, como um clichê. Uma garota festeira que não quer saber de nada e leva a vida sem maiores compromissos.

Só que ela está no início da gestação – os pais do bebê são Thomas (Thomas Suire) e Jacques (Grégory Montel), melhores amigos de Diane. Ser uma barriga de aluguel não é um problema para ela, que se muda para o campo durante o período da gestação. Ali, acaba conhecendo e, consequentemente, se apaixonando por Fabrizio (Fabrizio Rongione, ator recorrente nos filmes dos irmãos Dardenne).

Nos primeiros momentos do relacionamento, a gravidez tampouco é um empecilho para o casal. Só que, à medida que os dois se tornam mais próximos, Diane começa a colocar as coisas em perspectiva, passando a questionar suas escolhas. É uma cena na piscina o momento mais forte do filme, que mostra a virada da personagem.

LEVEZA

Exibido no Festival Varilux de Cinema Francês, O poder de Diane trouxe diretor e atriz ao Brasil em junho passado. Também autor do roteiro, Gorgeart escreveu a história para Clotilde, que estava grávida de seu segundo filho no início das filmagens.

“Não é um filme só para rir, mas também para se emocionar. Minha ideia era trabalhar a personagem com leveza. Só que, à medida que a narrativa se aproxima do final, a personagem acaba ficando um pouco desestabilizada, o que dá outro peso para a história”, diz Gorgeart. Para ele, O poder de Diane não tem a pretensão de ser um filme militante. “A personagem já é uma mulher empoderada, já resolveu suas questões.”

Clotilde, que aposta em uma atuação bastante naturalista, afirma que, durante as filmagens, viveu dois momentos: o da personagem e o seu próprio. “Há pessoas que acham que a Diane abandonaria o filho, pois durante o filme ela fica falando em como é uma mulher livre. Tive que separar as coisas, já que, depois que meu filho nasceu, eu o amamentava entre as tomadas.”

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