Hotel Transilvânia 3 estreia com romance e mensagem sobre racismo

Na nova sequência da animação, Drácula está se sentindo carente e sozinho, embarca num cruzeiro e se apaixona pela comandante

por Agência Estado 12/07/2018 08:00

 


SONY PICTURES/DIVULGAÇÃO
SONY PICTURES/DIVULGAÇÃO (foto: SONY PICTURES/DIVULGAÇÃO)
Nem o diretor Genndy Tartakovsky achou que estaria de volta à franquia Hotel Transilvânia – ele dirigiu os dois primeiros filmes, lançados em 2012 e 2015. Mas o sucesso das produções anteriores e aquela leve pressão do estúdio fizeram com que ele capitulasse, na promessa de dirigir sua versão de Popeye, que nunca saiu. Tartakovsky acabou não só dirigindo o terceiro longa, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (12), como também escrevendo o roteiro com Michael McCullers. E baseou-se em suas próprias experiências de fazer um cruzeiro com a família.

 

Em Hotel Transilvânia 3 - Férias monstruosas, Drácula Johnny anda bem cabisbaixo. Sua filha Mavis, agora uma responsável mãe de família, resolve dar a seu pai um presente: a possibilidade de curtir férias, em vez de cuidar de todos em seu hotel para monstros. Mas claro que a turma, que conta também com Johnny, marido de Mavis, e a múmia Murray, vai aprontar até. “Inspirei-me na experiência como um todo, mas não quis chatear quem gosta de cruzeiros”, disse Tartakovsky. “Usei coisas como o concurso de quem tem peito mais cabeludo. Eu ganhei, aliás”, completou, rindo.


No geral, a dinâmica de estar com a família o tempo todo, com suas alegrias, vexames e chateações, foi o que mais entrou no roteiro. “O que faz funcionar é o grupo de amigos, que é a família de Drácula, no caso”, diz Keegan-Michael Key, que faz a voz da múmia Murray. Key costumava fazer a comédia de esquetes Key & Peele com Jordan Peele, o ganhador do Oscar de roteiro original deste ano por Corra!. “O truque é que eles são monstros. É uma subversão da expectativa, e aí reside a graça”, observa.

ROMANCE Como Drácula anda muito só desde que Mavis se casou, claro que o romance entra em cena. Apesar de ter centenas de anos, Drac recorre ao método moderno, usando um aplicativo para escolher seu par. “Estou fora do mercado, mas é como todos os meus amigos tentam encontrar alguém hoje”, explicou Tartakovsky. Sendo esse um filme para crianças, o segredo foi fazer piada com isso. “Drácula vira um menino de 12 anos, não sabe como lidar.”


A marca da trilogia sempre foi recorrer aos recursos clássicos do desenho animado, daqueles em que os olhos parecem sair da órbita na contramão de animações mais “realistas”, como as da Pixar. “Sou uma pessoa 2D. Mas é incrível ver o que a tecnologia permite fazer em termos de texturas, movimento da água”, disse o diretor, descrevendo o filme como uma mescla do digital com o clássico.

 


Mas um romance para Drácula seria menos engraçado se não houvesse problemas. Seu queixo literalmente cai quando ele conhece Ericka, que tem outros planos para sua nova conquista. Bisneta de Van Helsing, o célebre caçador de vampiros, ela pretende eliminá-lo. “Ela é educada para odiar monstros. Então há uma mensagem de leve sobre racismo. Só que no processo de tentar matá-lo, percebe que ele é incrível, um homem de família, e que monstros não são bestas-feras, como seu bisavô pensava. São humanos. E que somos todos iguais, seja Frankenstein ou você.”  (Estadão Conteúdo)

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