'Jurassic World: Reino ameaçado' retoma a fórmula de sucesso de Steven Spielberg

Dirigido por Juan Antonio Bayona, filme promete pânico, suspense e redenção à plateia

Pedro Galvão 14/06/2018 08:50
Fotos: NBC/universal
(foto: Fotos: NBC/universal )

Esta semana, Jurassic Park original completa 25 anos. Intervalo considerável pela velocidade das transformações tecnológicas contemporâneas, mas apenas uma fração de segundo comparada aos milhares de séculos que nos separam dos dinossauros. Porém, a trama que traz criaturas pré-históricas para os dias atuais continua fascinando. Um dos lançamentos mais esperados de 2018, Jurassic World: Reino ameaçado chega hoje às telas – ganhou sessões de pré-estreia em 43 salas da Grande BH. É o quinto filme desse universo e o segundo da nova trilogia, iniciada com sucesso em 2015.

Com mais recursos digitais do que há duas décadas, quando o diretor Steven Spielberg criou um marco em Hollywood, a fórmula é quase repetida por Juan Antonio Bayona. O cineasta da vez também apresenta muitos dentes, criaturas gigantes, humanos virando comida e uma boa dose de descompromisso com a realidade.

Quem assistiu à primeira trilogia sabe que graças à audácia de alguns cientistas, tiranossauros, velociraptores, triceratopes e várias outras figuras do livro de história natural foram criados a partir do DNA de mosquitos da era mesozoica fossilizados no âmbar. Inicialmente, as monumentais criaturas seriam atração do grande parque que dá nome à história, mas nem tudo saiu como o planejado. Resultado: feras gigantes e famintas perseguem apavorados seres humanos – uns tentando proteger e outros buscando exterminar os animais “desextintos”.

Em Jurassic World, a proposta não é diferente. No filme anterior, cujos acontecimentos respeitavam o intervalo cronológico real desde Jurassic Park III (2001), ganância e ambição também levaram à destruição do novo parque temático erguido na fictícia Ilha Nublar, perto da Costa Rica, no Pacífico. Agora, os seres pré-históricos vivem soltos naquele local, ameaçado por iminente erupção vulcânica.

O fato gera debate no Congresso dos Estados Unidos. Essas criaturas devem seguir seu destino fatal? Ou os seres humanos devem intervir para salvá-las da extinção?



CLAIRE - Uma das protagonistas do último filme, Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) está de volta como a protetora dos dinossauros. Grande reviravolta para quem era executiva do parque que os aprisionava como atrações turísticas. Ela ganha o apoio de Benjamin Lockwood (James Cromwell), ex-parceiro de John Hammond (Richard Attenborough), o mentor do antigo Jurassic Park. Velho e com a saúde debilitada, Lockwood planeja transportar os ameaçados répteis gigantes para um novo santuário.

Para dar conta da missão, Claire recorre novamente à ajuda de Owen (Chris Pratt), que vive tranquilo em um trailer, sem a menor vontade de rever feras que tentam devorá-lo. Mas acaba cedendo à pressão pela possibilidade de reencontrar a velociraptor Blue, treinada por ele desde filhote.

O astro Chris Pratt retoma o papel de herói, na companhia de jovens cientistas. Eles partem rumo à Ilha Nublar, onde outro grupo, com interesses opostos, já está atuando.

O enredo é muito parecido com o do segundo Jurassic Park, lançado em 1997, tendo Jeff Goldblum como ator principal. Aliás, Goldblum faz participação especial – seu personagem, Ian Malcom, dá um testemunho sobre sua experiência passada num congresso.

Além do resgate de Goldblum e da semelhança da trama, há outras repetições. Por exemplo, uma criança envolvida na história. Desta vez é Maisie Lockwood (Isabella Sermon), neta de Benjamin. Novamente, há o confronto entre cientistas que defendem a vida e militares que veem nessas criaturas armas de grande potencial estratégico, além de dinossauros provocando o caos fora de seu hábitat. A música tema marcante de John Williams, que não poderia faltar, também está presente.

Com tudo isso, o que era para ser sequência acaba se aproximando do remake, com aspectos que tornaram Jurassic Park o fenômeno adorado por milhões de fãs. Não faltam rugidos das feras apavorantes, momentos de suspense provocados pelo tremor do chão, gente em pânico, prestes a virar comida. Além, claro, de cenas tensas de perseguição e momentos que desafiam a paciência mesmo de quem achou razoável os dinossauros voltarem à vida, tamanha a inverossimilhança desse “milagre”.

Sob direção de Bayona, conhecido pelo terror O orfanato (2007) e pelo drama O impossível (2012), sobre o tsunami da Ásia, momentos de susto e medo são um pouco mais fortes do que em outros longas da franquia, embora Reino ameaçado tenha cenas mais cômicas também.



Pânico gera lucro de bilhões

A história dos dinossauros será encerrada daqui a três anos. O último título da nova trilogia, ainda não definido, será dirigido por Colin Trevorrow (O livro de Henry).

Na proposta de alguns anos atrás, recriar o Parque dos Dinossauros, agora mais moderno e com mais recursos tecnológicos, deu certo. O primeiro Jurassic World se tornou a terceira maior bilheteria da história do cinema, atrás apenas de Avatar (2009) e Titanic (1997) – ultrapassado por Star wars: O despertar da força (2015) e Vingadores: Guerra infinita (2018).

Resta saber se a nostalgia e a repetição de tantos elementos da trilogia original continuarão cativando. Steven Spielberg, responsável por adaptar para o cinema o universo literário de John Michael Crichton, participou da produção do último Jurassic World e também de Reino ameaçado.

O orçamento total de produção – US$ 170 milhões – superou em US$ 20 milhões o filme anterior, aliás, valor inferior ao de superproduções como o último Vingadores, que bateu US$ 320 milhões.

No primeiro fim de semana de pré-estreias mundiais, O reino ameaçado arrecadou US$ 151 milhões, mais do que os esperados US$ 130 milhões.



CRONOLOGIA JURÁSSICA


Jurassic Park
Diretor: Steven Spielberg
1993

Jurassic Park: O mundo perdido
Diretor: Steven Spielberg
1997

Jurassic Park III
Diretor: Joe Johnston
2001

Jurassic World

Diretor: Colin Trevorrow
2015

Jurassic World: Reino ameaçado
Diretor: J. A. Bayona
2018

Jurassic World 3

Diretor: Colin Trevorrow
2021

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