'A maldição da casa Winchester' mostra mansão assombrada pela violência

O filme, baseado em fatos reais, Helen Mirren interpreta herdeira da famosa fábrica de armas

por AFP 01/03/2018 07:47

Paris Filmes/divulgação
O ator Jason Clarke diz que filme é 'uma alegoria' que remete ao debate sobre o controle do uso de armas. (foto: Paris Filmes/divulgação)

A trama de A maldição da Casa Winchester, que estreia hoje em Belo Horizonte, não é das mais comuns, em se tratando de filmes de terror. O australiano Jason Clarke interpreta o psiquiatra Eric Price, que, em 1906, é chamado por Sarah Winchester (Helen Mirren), herdeira da marca de armas com o sobrenome da família, para avaliar sua saúde mental e seu medo de assombração.

Jason Clarke chama de “alegoria” a história real de Sarah, que se sentia perseguida por fantasmas das vítimas das pistolas e rifles fabricados por sua empresa. O drama da herdeira remete à violência das armas de fogo, que provocam 30 mil mortes por ano nos Estados Unidos.

“O controle de armas é um debate recorrente”, lembra o ator, de 48 anos. No longa-metragem dirigido por Michael e Peter Spierig, o personagem de Clarke é viciado em ópio e luta contra os próprios demônios. Quando se depara com Sarah, as noites do médico começam a se tornar preocupantes, pois ele sente que está sendo manipulado.

MANSÃO A Winchester Mystery House, mansão excêntrica que Sarah Winchester (1840-1922) construiu na cidade californiana de San José, tinha a missão de isolar os espíritos que a aterrorizavam. Até hoje, leva a fama como a casa mais mal-assombrada do mundo.

Com 160 cômodos e construído por décadas sem planejamento, o imóvel é uma atração turística com seu labirinto de corredores, escadas que não levam a lugar nenhum, duas mil portas e 47 chaminés.

Jason Clarke passou dois meses rodando o filme numa réplica dessa mansão, erguida na Austrália. Porém, não teve como escapar da casa mal-assombrada de San José. “Quando tentei caminhar ali, me perdi”, relembra.

Fitas de terror, geralmente, são destroçadas pela crítica – é o caso de Winchester, que estreou no início de fevereiro nos EUA –, mas por vezes conseguem ótimas bilheterias. “Prefiro aqueles filmes com um pano de fundo inteligente, não apenas os gore, em que todos são assassinados”, diz o ator. Segundo ele, para trabalhar nesse gênero é necessária uma disciplina particular, que envolve linguagem corporal e timing.

CARREIRA Jason Clarke integra o elenco de outro longa em cartaz em BH: é um dos protagonistas do drama racial Mudbound: lágrimas sobre o Mississippi, dirigido pela americana Dee Rees.

Conhecido por papéis coadjuvantes em filmes independentes e produções engajadas, o australiano trabalhou em A hora mais escura, de Kathryn Bigelow; foi protagonista de Planeta dos Macacos: o confronto e de Everest. Participou também da adaptação do clássico de F. Scott Fitzgerald, O grande Gatsby, dirigida por Baz Luhrmann.

Cada vez mais solicitado, Clarke acaba de rodar First man, o próximo filme de Damien Chazelle, que dirigiu La la land e Whiplash.

 

Abaixo, confira o trailer de  A maldição da Casa Winchester:

 

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