O cineasta carioca José Padilha, de 48 anos, responsável por longas elogiados como Tropa de elite (2007) e Ônibus 174 (2002), confirmou, em entrevista à Veja, que vai produzir uma série de tevê sobre as investigações da Operação Lava-Jato, que revelou escândalos de corrupção em diversos setores do governo brasileiro nos últimos anos. A série, ainda sem nome, será bancada por uma produtora norte-americana.

 

"O objetivo é narrar a operação policial em si e mostrar inúmeros detalhes esclarecedores que a própria imprensa desconhece. Como se trata de um projeto bancado por dinheiro internacional, o título será em inglês", afirma Padilha. Ao contrário de Wagner Moura, astro de Narcos e Tropa, que se posicionou contra a perseguição política ao PT, Padilha foi incisivo nas críticas ao governo e diz ser favorável ao impeachment da presidenta Dilma.

"Minha preferência, como brasileiro, seria a cassação da chapa Dilma-­Temer no TSE. Se o TSE tivesse a coragem de olhar para as campanhas e impugnar as chapas que receberam recursos ilícitos, tenho a impressão de que não sobraria nenhuma chapa relevante", diz.

Padilha atualmente trabalha na segunda temporada de Narcos, que estreia neste ano na Netflix e mostra a ascensão e queda do traficante colombiano Pablo Escobar. Ele vai dirigir ainda a série The Brand. A produção, do canal americano Showtime, vai contar a história da ascensão de gangues nos presídios norte-americanos entre os anos 1970 e 1980.

O Showtime exibe ainda outras séries de sucesso como Ray Donovan e Homeland. Para 2017, o canal prepara o lançamento da terceira temporada de Twin Peaks, que chega mais de 25 anos após a última temporada. Todos os episódios serão dirigidos pelo criador David Lynch (Veludo azul, Cidade dos sonhos).