Ricardo Darín até que é bom chamariz para 'Sétimo', mas o filme não convence

Longa de Patxi Amezcua gira entorno do desaparecimento de duas crianças durante uma brincadeira com o pai

por Helvécio Carlos 28/11/2014 09:00

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Fox/Divulgação
(foto: Fox/Divulgação)
Ricardo Darín, ídolo do cinema argentino, é o tipo de ator que não fica longe do seu público por muito tempo. Nos cinemas da cidade, ele pode ser visto, por exemplo, em uma das histórias do excelente 'Relatos selvagens' ('Relatos salvajes', Damián Szifron). Antes disso, brilhou em 'O que os homens falam' ('Una pistola en cada mano', de Cesc Gay). Mas foram apenas participações. Talvez por isso, a expectativa seja grande para os fãs de Darín que forem revê-lo em 'Sétimo' ('Séptimo', de Patxi Amezcua).


O filme gira em torno do desaparecimento de Luca (Abel Dolz Doval) e sua irmã Luna (Charo Dolz Doval) filhos de Sebastían (Darín) e Délia (Belén Rueda). As crianças, numa brincadeira rotineira com o pai, apostam quem chegará em primeiro lugar no hall do prédio. Ele vai de elevador do 7º andar ao térreo. Os filhos descem pelas escadas mas somem sem deixar rastros.

Darín cumpre bem seu papel de advogado honesto, que luta por uma causa importante de seu escritório, mas quando a coisa aperta é capaz de fazer tudo para salvar os filhos. Bélen Rueda também convence como a mãe desesperada com a falta de notícias das crianças. Délia e Sebastían estão em fase de separação, e o drama dos personagens é foco do filme.

Dar mais detalhes do que ocorre durante a trama pode acabar se transformar em spoiller, o que não é nada legal, ainda mais para um filme um tanto previsível. Mas não é esse o maior problema do longa e sim a direção Paxti Amezcua, que, sem firmeza e associada ao roteiro que não emociona, torna-se incapaz de chamar o público para a história.

Afinal, seria querer demais que a cada filme de Darín o cinéfilo fosse entretido com obras-primas, mas o ator deveria ser mais cuidadoso e escolher filmes mais interessantes que Sétimo. Não há talento que resista a roteiros fracos, com alguns “buracos”. Ao longo de sua carreira, Darín vem se mostrando um grande ator, apesar de projetos sem sal como este. Por seu talento valem todos os votos de confiança para que o próximo trabalho mereça aplausos da plateia.

Quem sabe na comédia 'Truman', do mesmo diretor de 'O que os homens falam', Cesc Gay, com previsão de estreia o ano que vem, ele venha com tudo? Antes disso, melhor rever o ator argentino em longas como 'Nove rainhas' (de Fabián Bielinsky 2000 ), 'O filho da noiva' (de Juan José Campanella , 2001), 'O segredo de seus olhos' (de Juan José Campanella, 2009) e 'Um conto chinês' (de Sebastián Borensztein , 2011).

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