Filme 'Interestelar' teve influência de outras obras sobre o espaço sideral

Nova produção do diretor Christopher Nolan é sucesso de bilheteria e grande aposta para o Oscar

por Yale Gontijo 17/11/2014 09:49

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 Paramount Pictures/Divulgação
Em Interestelar, a salvação do homem pode estar em outros planetas longe da Terra (foto: Paramount Pictures/Divulgação)
Uma das principais qualidades de 'Interestelar' — fenômeno de bilheteria desta temporada e um dos filmes cotados para compor a competição do Oscar do ano que vem — é o sentimento nostálgico reascendido em parte do público cinéfilo por filmes que se passam no espaço sideral. A fita, dirigida pelo inglês Christopher Nolan, arrecadou cerca de US$ 144 milhões nas bilheterias mundiais. Um de seus méritos é explicar complicadas teorias astrofísicas para espectadores leigos. E um de seus grandes defeitos é a insistência em vestir uma narrativa sobre buracos de minhoca com tons melodramáticos.

A história original, criada pelo cineasta e roteirista Christopher Nolan, em parceria com seu irmão Jonathan Nolan, tem sido alvo de comparações com filmes anteriores. Alguns têm até a mesma raiz genética assumida pela dupla de roteiristas. Os irmãos basearam-se na Teoria da Relatividade escrita pelo físico Kip Thorne.

Os livros de Thorne basearam outra película com apelo emotivo lançada em 1997 e dirigida por Robert Zemeckis. 'Contato' apresentava uma cientista, interpretada por Jodie Foster, tentando manipular as variáveis de tempo e espaço e reencontrar o pai que se perdeu em uma viagem pelo espaço. Curiosamente, o ator que fazia par romântico com a atriz era Matthew McConaughey, escolhido como protagonista do filme de Nolan.

A primeira parte de 'Interestelar' se passa em um futuro bíblico, quando uma série de pragas eliminou a existência de boa parte das espécies vegetais e animais do planeta Terra. Sobrou o cultivo do milho cujo florescimento está ameaçado pela existência de nuvens de poeira na atmosfera terrestre.

A única alternativa de salvação seria a mudança para outro planeta que tivesse as condições de continuidade da vida humana. A partir daí é que tem início uma aventura colossal empreendida por um grupo de astronautas pelos confins do universo. A bordo desta nave estão os astronautas interpretados por McConaughey (como o ex-piloto da Nasa Cooper) e a cientista interpretada por Anne Hathaway.

O cineasta britânico não é o primeiro a imaginar uma viagem espacial com dimensão existencial ou política. Apresentamos uma série de títulos anteriores ao épico de 2014 — muitos citados pelo próprio cineasta como fonte de inspiração para a construção de seu filme — que podem localizar o faroeste cósmico de Nolan numa linha histórica com início, meio e ainda distante de encontrar um fim.

Divulgação
2001 - Nolan presta homenagem a Uma odisseia no espaço em cenas de seu mais recente trabalho (foto: Divulgação)
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Viagem à Lua (1902)
De Georges Méliès. Antes mesmo da invenção do avião, o mágico Méliès construiu uma narrativa cinematográfica de viagem da Terra à Lua. Numa metáfora do descobrimento da América, astrônomos enviados ao espaço se deparam com a hostilidade de uma tribo “selvagem”. Os conquistadores levam a pior.

Destino à Lua (1950)
De Irving Pichel. É considerado o primeiro filme a apresentar o espaço sideral de forma realista. Nas entrelinhas do roteiro de Robert A. Heinlein, desenha-se o perigo do uso da Lua como base militar norte-americana e o risco de deixar o destino da humanidade nas mãos de algumas poucas pessoas.

2001 — Uma odisseia no espaço (1968)
De Stanley Kubrick. O marco da evolução do homem começa com chimpanzés adorando um monolito e se encerra na discussão da convivência de um astronauta e um ser de inteligência artificial. Christopher Nolan afirma ter tentado homenageá-lo em algumas sequências de Interestelar.

Solaris (1972)
De Andrei Tarkovsky. O uso de efeitos especiais pouco importam nesta película futurista dirigida pelo mestre do cinema mundial. Tarkovsky sequer queria realizar a adaptação do texto de Stanislaw Lem como uma ficção científica e portanto não deu muita importância para os aspectos visuais da película. O importante aqui é imaginar o efeito psicológico devastador da vida na imensidão no espaço.

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