Bar Bocaiúva, no Santa Tereza, sedia o Cineclube Boteco

Iniciativa vai exibir produções todas as segundas quartas-feiras de cada mês. Na estreia estão planejados três curtas

por Ailton Magioli 10/09/2014 12:32

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Instituto Cultural Palco & Tela/Divulgação
A animação '2004' abre hoje a programação, que será realizada uma vez por mês no Bar Bocaiuva (foto: Instituto Cultural Palco & Tela/Divulgação )
Tradicional ponto de encontro de hippies e boêmios da década de 1970, em Santa Tereza, o Bar Bocaiuva será palco da mais nova investida da sétima arte no ambiente etílico-gastronômico-cultural de Belo Horizonte, depois do sucesso de iniciativas como os cines Imaginário, de Santa Efigênia, e La Boca, do Barro Preto, já fechados.

Realização dos jovens produtores e diretores Graziela Luciano, Janaína Andrade e Sérgio e Danilo Vilaça, do Instituto Cultural Palco & Tela, o Cineclube de Boteco, que estreia logo mais, no Bar Bocaiuva, terá uma seção na segunda quarta-feira de cada mês, com entrada franca. Em cartaz nesta quarta à noite, o documentário 'O maior espetáculo da Terra' (15 minutos), de Marcos Pimentel; a animação '2004' (6 minutos), de Edgard Paiva; e a ficção 'Não há cadeiras' (25 minutos), de Pedro Di Lorenzo, cuja exibição será seguida de debate com diretores e produtores, além do sorteio de brindes.

Experimentalismo Atrair novos olhares para a produção cinematográfica independente é o objetivo da ONG Instituto Cultural Palco & Tela, que anteriormente criou os cineclubes Olaria (penúltima quinta-feira de cada mês, na estação ecológica do câmpus Pampulha da UFMG) e Tia Branca (segunda quarta-feira de cada mês, no abrigo de mesmo nome, na Floresta). “São filmes bons, que não conseguem entrar na programação da TV e que, pelo formato, acabam restritos ao mercado de festivais e internet”, justifica Sérgio Vilaça.

“Como muitos filmes nasceram em uma mesa de bar, trazer o cinema de volta para o boteco pode ser interessante”, diz o diretor Pedro Di Lorenzo, cujo trabalho de conclusão de curso na Escola de Belas-Artes da UFMG foi exatamente a animação 2004, lançada em 2011. “Trata-se de espaço diferente, propício para isto”, acrescenta o cineasta, cuja carreira já contabiliza quatro filmes do gênero, além de ficção.

A primeira animação de Pedro, cuja duração é de 5min48, trata da relação de um rapaz com a passageira do ônibus que ele toma todo dia e de quem ele tenta fazer um desenho. Antes de chegar ao Cineclube de Boteco, o filme foi exibido em vários festivais. A nova iniciativa promete privilegiar filmes de curta-metragem brasileiros, de documentário e animação a ficção e experimental, que são muitas vezes rejeitados pelas grandes salas.
Considerado um dos mais promissores curta-metragistas brasileiros, o juiz-forano Marcos Pimentel detém 69 prêmios em festivais nacionais e internacionais com documentários realizados em película e vídeo. Em Santa Tereza, ele vai exibir O maior espetáculo da Terra, que narra a situação de um circo que vive, literalmente, na corda bamba.

Para Sérgio Vilaça, o Cineclube de Boteco surge da necessidade de ampliar a atividade para outros espaços. “Como o boteco é um local atrativo, ele acaba sendo interessante para a exibição de filmes”, aposta o diretor e produtor, lembrando que o Bar Bocaiuva sempre dialogou com o movimento cultural de Santa Tereza. Originalmente criado no chamado Alto dos Piolhos, na confluência das ruas Bocaiuva, Quimberlita, Tenente Freitas e Bom Despacho, em 1976, hoje o estabelecimento funciona na Rua Paraisópolis, quase esquina de Rua Salinas.
 
CINECLUBE DE BOTECO
Na segunda quarta-feira de cada mês, com entrada franca. Estreia hoje, às 20h, no Bar Bocaiuva (Rua Paraisópolis, 550, Santa Tereza). Lotação restrita à capacidade de 150 pessoas. Informações: (31) 3463-2812

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