8ª CineOP destaca o papel do cinema na luta contra a ditadura militar brasileira

A história do Brasil é um dos temas em debate na Mostra de Cinema de Ouro Preto

por Walter Sebastião 15/06/2013 07:00

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Lucas Godoy/Universo Produções/divulgação
Célia Gurgel dirigiu documentário sobre o movimento da anistia (foto: Lucas Godoy/Universo Produções/divulgação)
Ouro Preto – De um lado, evidências explícitas de que a segunda metade do século 20 foi momento extraordinário das artes e do pensamento no Brasil. De outro, a crise política que levou ao golpe militar em 1964 e à expansão da escalada repressiva, que se radicalizou com a decretação do AI-5, em 1968. A história do Brasil é um dos temas em debate na 8ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP).

Na entrada do Centro de Convenções, sede do evento, podem-se ver duas fotografias emblemáticas: uma traz as atrizes Tônia Carreiro, Odete Lara, Eva Vilma, Ruth Escobar e Norma Benguel à frente de passeata contra a censura, há 45 anos; a outra exibe tanques e militares nas ruas. Raquel Hallak, coordenadora da mostra, ressalta a importância de valorizar a memória cinematográfica, vista pelo viés de utopia de uma sociedade mais justa.

“Os filmes registraram aquele momento de resistência, de brio. Muita gente morreu pelo Brasil”, diz o diretor Walter Lima Júnior, referindo-se à luta contra o golpe militar.

A 8ª CineOP traz à tona histórias como a de Lourdes Albuquerque. Sozinha, ela protestava gritando diante da delegacia onde os filhos estavam presos. A cearense é personagem de Damas da liberdade, de Célia Gurgel e Joe Pimentel, que será exibido hoje, às 19h, na Praça Tiradentes. O documentário trata do Movimento Feminino pela Anistia e conta com o depoimento de Heloísa Greco, filha de Helena Greco, presidente da seção mineira do movimento.

“Várias mães nem sabiam das atividades dos filhos, inclusive militares presos. Ousada e corajosamente, as mulheres sensibilizaram a sociedade em prol da anistia. Muita gente sabe que teve ditadura militar no Brasil, mas isso é pouco”, adverte Célia Gurgel. Visões mais críticas daquele momento histórico deveriam ser discutidas nas escolas militares, até porque integrantes das Forças Armadas se opuseram ao golpe, defende a diretora.
“Filmes, especialmente documentários, perpetuam um momento para que as gerações futuras o conheçam”, conclui Célia Gurgel. A programação completa da mostra pode ser conferida em www.cineop.com.br.

O repórter viajou a convite da produção da 8ª CineOp

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