18º Festival Internacional de Documentários É tudo verdade começa nesta quinta

'O homem com a câmera de filmar', filme de 1929 de Dziga Vertov, é destaque da mostra

04/04/2013 08:09

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É tudo verdade/Divulgação
(foto: É tudo verdade/Divulgação)
Será nesta quinta-feira à noite, no Cine Livraria Cultura, a abertura do 18º Festival Internacional de Documentários É tudo verdade. O evento criado por Amir Labaki atinge sua maioridade. Neste tempo todo, Labaki e o público (e o festival foi decisivo no processo) viram a cultura do documentário se estabelecer no país e no mundo. Antes, o gênero ocupava nicho pequeno, e era didático ou militante. Hoje, Labaki é o primeiro a reconhecer que o documentário deixou de ocupar posição meio marginal e se deslocou para o centro da cultura, ficou cada vez mais rico em termos de diversidade e linguagem.

Na abertura, o filme 'Paulo Moura – Alma brasileira', de Eduardo Escorel. Já no Rio de Janeiro, onde o festival começa amanhã, a abertura será com 'Plimpton! Estrelando George Plimpton como ele mesmo', de Tom Bean e Luke Poling. Emoção na abertura paulista, humor na carioca.

Até dia 14, e antes de itinerar por Brasília e Campinas, o 18º É tudo verdade mostra nas duas capitais 82 filmes de 26 países. Além das competições nacional e internacional e das seções já tradicionais – Estado das coisas e Foco latino –, o evento mantém o foco na política. Projeções e debates celebram o 'Jango' de Sílvio Tendler e utilizam o filme e seus bastidores para antecipar a discussão sobre os 50 anos do golpe militar de 1964.

E há a retrospectiva – Amir Labaki considera a deste ano a mais importante do evento. Ele traz ao Brasil a obra de um dos pais do documentário, Dziga Vertov, incluindo 'O homem com a câmera', primeiro documentário a integrar a seleta lista dos 10 maiores filmes de todos os tempos, na votação da revista 'Sight and sound'.

O filme de abertura em São Paulo, assinado por Escorel, já se candidata, segundo a crítica, ao título de um dos grandes documentários do cinema brasileiro. O diretor conta que não queria fazer um documentário de arquivo, mas fez. Teve o privilégio de contar com material inédito cedido por Mika Kaurismaki, que utilizou pouco de sua entrevista com Paulo Moura para o documentário 'Brasileirinho'.

Pode não ser o filme que Escorel queria, mas foi o possível e saiu muito melhor que a encomenda. No Facebook, o diretor registra: "Recebi a escolha do filme para a abertura como a maneira de o festival se associar ao tributo prestado no documentário a Paulo Moura por mim, pela equipe e por todos que colaboraram com sua realização. Gostaria que a noite de abertura e as outras exibições fossem uma celebração coletiva da música dele. Acredito que essa seja a melhor maneira de lembrar dele e prestar-lhe o tributo que merece."

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