Filme mostra a delicada relação de Gonzagão e Gonzaguinha

Adélio Lima e Júlio Andrade interpretam pai e filho no longa-metragem de Breno Silveira

por Sérgio Rodrigo Reis 26/10/2012 07:00

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Conspiração Filmes/Divulgação
(foto: Conspiração Filmes/Divulgação )
O desafio de levar às telas uma história de emoção e redenção para pai e filho – sobretudo quando os personagens principais são cantores famosos –, e ainda não cair no lugar-comum ou no pieguismo, foi encarado de frente pelo diretor Breno Silveira no filme Gonzaga de pai para filho. O longa conta a história da delicada relação de Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”, com o filho Gonzaguinha, levado com coragem para as telas. O resultado, mesmo se aproximando do tom novelesco que marcou as últimas produções do cineasta, convence e deixa claro tanto a importância da carreira dos protagonistas como sua tumultuada vida pessoal. Confira os horários das sessões

 

O filme convence pelo roteiro bem amarrado, pela fotografia do Rio antigo e do Sertão, mas principalmente pela atuação do elenco bem escolhido. Gonzaga de pai para filho acerta em cheio ao apostar nas interpretações do Gonzagão, tanto jovem (Land Vieira), adulto (Chambinho do Acordeom) ou já mais velho (Adélio Lima) e de Júlio Andrade, como Gonzaguinha. Vale destacar a performance de Chambinho, que, sem ser ator profissional, se apropria da experiência como cantor de forró para fazer, e bem, o papel de Gonzagão na maior parte do filme. Também merecem destaques Nanda Costa, como Odaleia, mãe de Gonzaguinha; e Sílvia Buarque, como Dira, a madrinha que realmente o educou.

 

Inspirado livremente nas biografias de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha e no livro Gonzaguinha e Gonzagão, uma história brasileira, o longa opta por ir direto ao assunto. A história de um pai – ídolo e amado por multidões – que leva a vida inteira para se aproximar do próprio filho aparece sem rodeios numa linguagem convencional, mas que funciona principalmente num tipo de produção que Breno Silveira faz bem: a direcionada às massas. Com produções no currículo que caíram nas graças do público, como 2 filhos de Francisco, o cineasta tem tudo para repetir o feito. Sobretudo porque está cercado de uma forte estratégia de divulgação da Globo Filmes e da opção, após chegar aos cinemas, por transformar o material também numa minissérie para a televisão.

 

Enquanto viveu, Luiz Gonzaga passou por momentos distintos. Saiu do anonimato, ganhou popularidade como “Rei do Baião” e, quando o forró caiu em popularidade e quase sumiu dos meios de comunicação, ele beirou o ostracismo. Foi “salvo” de uma situação crítica de falta de dinheiro pelo filho, Gonzaguinha, artista de sucesso da MPB, que se reaproximou do pai, para que os dois finalmente subissem ao palco juntos, em 1981, na turnê Vida de viajante. A temporada de shows foi um grande sucessos, para os dois. O filme recupera esses momentos e, ao contrário do senso comum na imprensa da época, que apresentava Gonzaguinha como um homem amargurado, não reforça o estigma. Mesmo lançando-se num terreno fácil das homenagens – Gonzagão faria 100 anos agora, em 13 dezembro –, a produção não faz feio. Ao contrário, consegue convencer da necessidade de se conhecer mais a história de personagens tão ricos da cultura nacional. Assista ao trailer do filme:



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