Chuva e protesto marcam desfile do Bloco Ladeira Abaixo

Foliões se manifestaram contra o presidente Jair Bolsonaro e mantiveram a alegria mesmo debaixo de temporal

por Bruna Curi* Flávia Ayer 02/03/2019 12:05

Mesmo com chuva, o Ladeira Abaixo foi para as ruas do bairro Floresta, em BH. O bloco foi fundado em 2015, tem concentração na Avenida Assis Chateaubriand e desfila até o Bloco da Praia, na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte. 
 
Choveu forte na Região Leste da cidade, mas os foliões mantiveram o pique, ao som da bateria.

Mesmo com a fantasia de refrigerante Dolly desmanchada pelo temporal, um folião fez piada da situação. "Vira água. Agora sou H2O".
Mesmo com chuva, os foliões do Ladeira Abaixo continuaram com a diversão
Flávia Ayer/EM (foto: Mesmo com chuva, os foliões do Ladeira Abaixo continuaram com a diversão)

E da mesma forma que aconteceu no bloco do Então, Brilha!, os foliões do Ladeira Abaixo também protestaram contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Bolsonaro é o caral***”, gritaram, no ritmo do carnaval. 

 
HISTÓRICO

O bloco Ladeira Abaixo nasceu quatro anos, em 2015 como circuito alternativo no sábado de manhã, já que o Então, Brilha! já demonstrava o carnaval de multidões era um caminho sem volta. Um grupo de amigos se reuniu em frente à praça do Colégio Batista, na Floresta, e começou o bloquinho, sem ensaio nem percurso definido. Os moradores abriam as casas para os foliões usarem o banheiro, jogavam mangueira para refrescar o bloco, naquela interação típica de interior. 
Leandro Couri/EM/DA Press
(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)


Na época, ainda surgiu a polêmica se o bloco se chamaria Então, Ofusca, numa brincadeira com o famoso “Brilha" e demonstrando que a proposta era fazer um carnaval menor, escondido. Acabaram optando pelo nome Ladeira Abaixo. Em 2019, com a Avenida Assis Chateuabriand lotada, o Ladeira Abaixo preserva as músicas de "bloquinho", com marchinhas e sucessos do carnaval antigo, mas já não é mais pequeno, muito menos escondido.
 
*Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen 

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