Carnaval em Minas Gerais terá todo efetivo da PM nas ruas

Serão 12,4 mil homens nas ruas das cidades da região metropolitana. Somente na capital mineira serão 8 mil. Plantões serão realizados nas delegacias, e um sistema de gerenciamento de ocorrências em tempo real foi criado

por João Henrique do Vale 31/01/2018 16:18
Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Somente na capital mineira serão mil homens a mais nas ruas em 2018 em relação ao ano passado (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

A integração das forças de segurança é a aposta para conter os crimes durante o Carnaval de Minas Gerais, com um foco maior em Belo Horizonte, onde a previsão é que 3,6 milhões de pessoas participem da festa. A Polícia Militar (PM) reforçou o policiamento com todo o efetivo. Serão 12,4 mil homens nas ruas das cidades da região metropolitana. Somente na capital mineira serão 8 mil. Plantões serão realizados nas delegacias, e um sistema de gerenciamento de ocorrências em tempo real foi criado. A tecnologia será essencial para traçar estratégias durante os dias de folia. O esquema foi divulgado nesta quarta-feira pelo Governo de Minas.

Todo o efetivo da PM estará empregado nos dias de folia. A tropa será reforçada com militares da academia de polícia e da administração em todo o estado. “Todo recurso humano e logístico da PM estará pronto para ser empregado no Carnaval. A expectava é que tenhamos o mesmo sucesso do ano passado, obviamente com melhoria no atendimento com os ajustes que fazemos a cada ano”, afirmou o comandante geral da Polícia Militar, coronel Helbert Figueiró.

Na capital mineira, o efetivo aumentou em relação a 2017. Neste ano, serão 8 mil homens nas ruas, mil a mais do que a festa do período anterior. Uma preocupação do governador Fernando Pimentel (PT) é com as festas no interior do estado. A estimativa é que 45 cidades tenham festas de médio a grande porte. Por isso, foi pedida atenção especial para as forças de segurança.

“Na capital temos uma disponibilidade de recursos de todos os órgãos bem maior. Então, em qualquer eventualidade a capacidade de resposta do poder público é bem maior do que no interior. Estamos buscando uma atenção maior no local nesses 45 municípios, inclusive em nível de comandamento e de experiência da tropa que vai aos municípios, com disponibilidade de outros órgãos de segurança, plantões em delegacias, enfim, dar a essas cidades menores o mesmo potencial de respostas que nós temos aqui na capital”, finalizou o comandante.

Preocupação ainda com o trânsito. Aproximadamente 2 mil policiais militares vão fazer ações ao longo dos 30 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais de responsabilidade do estado. Serão realizadas blitze com o uso de etilômetros, além de ações com radares móveis.

A Polícia Civil vai fazer plantões nas delegacias, como as Centrais de Flagrantes (Ceflans), para agilizar as ocorrências. “É um período em que o número de ocorrências aumenta muito, não em termos de gravidade, mas em quantidade”, explicou o chefe da corporação, João Octacílio Neto. Segundo ele, equipes do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) e do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) estarão de prontidão para atender ocorrências de grande repercussão em Minas.

Outra aposta da corporação é para retirar das ruas pessoas que já estão com mandados de prisão em aberto. Será realizada em todo o estado a Operação Legalidade. “Todas as unidades da Polícia Civil vão participar. Queremos conseguir o maior número de prisões possíveis”, afirmou João Neto.

Mapa de ocorrências

A tecnologia será uma aliada das forças de segurança no Carnaval. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) criou um sistema de gerenciamento de ocorrências em tempo real, que será lançado nos dias de folia, mas vai continuar sendo usado após o evento. O novo sistema possibilita georreferenciar as ocorrências, como brigas, roubos, tentativas de estupro, engarrafamentos acima do normal, quedas de árvores, entre outros.

“Essa fotografia vai possibilitar que as forças de segurança atuem de forma qualificada. Então, uma inovação uma ferramente muito boa de gestão integrada das forças de segurança”, informou o secretário de Estado de Segurança Pública, Sérgio Menezes. “A própria força de segurança vai cadastrar os seus militares e policiais e eles vão fazer o registro e lançar de forma georeferenciada neste mapa. Todos os entes que participam uma força integrada terão a possibilidade de fazer esse registro”, concluiu.

O Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) do Estado vai reunir 16 instituições que vão, de forma conjunta, monitorar tudo que acontece em Belo Horizonte, o que possibilita uma tomada de decisão mais rápida. A carreta do Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICC Móvel) ficará na Praça da Estação, mas poderá ser deslocada para pontos estratégicos caso seja preciso. O veículo tem seis câmeras com alcance de até 30 metros quadrados.

Segurança dos foliões

O deslocamento dos foliões e dos blocos de rua por Belo Horizonte e cidades do interior é uma preocupação do Corpo de Bombeiros. Uma mudança na legislação permitiu facilitar a concessão dos alvarás para as agremiações, mas sem perder a segurança. Por exemplo, não serão permitidos desfiles próximos à margem de rios, como o Ribeirão Arrudas. “Pedimos que os blocos tenham um mínimo de proteção para que as pessoas não sejam atropeladas pelo veículo e que mantenham uma certa distância de cada bloco e veículo para não haver acidentes”, disse coronel Cláudio Roberto de Souza, comandante do Corpo de Bombeiros. Além do serviço rotineiro diário, serão reforçados o efetivo e o número de viaturas.

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