Bairro Santa Tereza abriga até blocos de outras regiões

Desfiles de pequeno porte, ambiente familiar e bares tradicionais influenciam na escolha dos foliões pelo local

Matheus Prado/Esp EM
Bloco Afro Magia Negra foi abraçado por um bar de Santa Tereza, que recebeu também o Maria Baderna (foto abaixo), de Contagem (foto: Matheus Prado/Esp EM)
Depois de três dias de um carnaval frenético, o maior da história de BH, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste, não dava nem sinal de que a festa estava chegando ao fim: cinco blocos simultâneos saíram somente durante a tarde, além de várias festas improvisadas. O local, como já foi repetido incontáveis vezes, tem uma aura distinta do resto da cidade. Desfiles de pequeno porte, ambiente familiar e bares tradicionais influenciam na escolha dos foliões pelo local. Por isso, no bairro onde a boemia nunca acaba, a festa carnavalesca continuou.

Além de recepcionar bem os foliões, o Santê também abriga com carinho blocos de outras regiões. Um exemplo disso é o Maria Baderna, grupo criado em Contagem, na Grande BH. Após se apresentar na cidade de origem no sábado, eles fizeram sua festa na Rua Angelo Rabêlo. Thiago Honorato, um dos organizadores do desfile, conta que o intercâmbio cultural e de ideias é uma das melhores partes do carnaval. “O Santa Tereza é um local com muita história e um clima diferente, algo que comunica com nosso espírito baderneiro.”

Caminhando entre um bloquinho e outro, carros de som e vendedores ambulantes ocupavam completamente a Rua Mármore e a Praça Duque de Caxias. Um misto entre o habitual público familiar e jovens foliões divide o espaço de forma democrática. Daniel Costa, de 24 anos, destaca o ambiente singular do carnaval no local. “A diferença do Santa Tereza, é que temos desfiles de blocos e festas estáticas, além de o público ser bem eclético”, pondera. O jovem garante ainda que deve continuar curtindo o carnaval até o fim da semana.

Matheus Prado/Esp EM
(foto: Matheus Prado/Esp EM)
Outro grupo abraçado pelo Santê foi o Bloco Afro Magia Negra. O coletivo, que teve problemas com seu local original de apresentação, recebeu convite para fazer seu batuque em um bar da Rua Quimberlita. Camilo Gan, idealizador do projeto, considera positiva a exposição de um projeto negro e garante que a folia continua. “A gente não para. Fazemos oficinas de musicalização e temos outros projetos durante o ano.” Foliões e músicos do Coco da Gente, que havia saído de manhã, seguiram a folia com o agito afro.

E assim continua se fazendo festa no Santa Tereza. Seja em blocos como Volta, Belchior, Bloco da Esquina e Alô, Abacaxi, ou simplesmente tomando uma cerveja no Bar do Orlando. Guilherme Henrique, de 27 anos, resume o sentimento: “Vou procurar um bloquinho amanhã e ainda tem a ressaca do final de semana”. Assim os foliões vêm e vão, mas o Santê segue lá, no mesmo lugar, esperando o retorno de braços abertos.

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