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Justiça determina cancelamento de show milionário de Gusttavo Lima

Município baiano está em emergência por conta da seca; gasto estimado com apresentação é de R$ 1,3 milhão

Justiça determina cancelamento de show milionário de Gusttavo Lima Divulgação/Reprodução/Instagram
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 02/02/2024 17:58
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O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou o cancelamento do show de Gusttavo Lima em Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, durante a festa da padroeira da cidade, que tem cerca de 30 mil habitantes.

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A apresentação estava agendado para o próximo dia 9 de fevereiro. A ação foi protocolada pelos promotores de Justiça Thays Rabelo, Patrícia Camilo Silva e Raimundo Moinhos.

 

Na decisão, o juiz Vanderley Andrade de Lacerda afirma que o dinheiro destinado ao cantor sertanejo representaria um gasto superior ao do orçamento de toda a Secretaria Municipal de Cultura. O cachê do músico para o show estava estipulado em R$ 1,3 milhões.

 

O contrato foi assinado em 31 de outubro de 2023, dias depois de um estado de emergência ser decretado na região. Na ocasião, a prefeitura disse que a estiagem estava gerando graves prejuízos, principalmente na pecuária e agricultura.

 

Na decisão, o magistrado destacou que "compulsando detidamente todos os documentos analisados, verifico que o alto custo da realização do show Gusttavo Lima é desastroso diante da capacidade financeira e orçamentária do Município, que encontra-se em declarada situação de calamidade pública, recebendo verbas para investimento na cultura em quase quatro vezes inferior ao valor pago a banda".

 

Vale destacar, que segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), Campo Alegre de Lourdes registrou que graves problemas financeiros e estruturais, de forma pública e notória, atingem os moradores do município. Isto porque, segundo o órgão estadual, a cidade foi recentemente classificado com o quinto pior índice do estado baiano em relação à gestão da saúde, educação e saneamento.

 

O MPBA entrou com uma ação civil pública na quinta-feira (01/02), e acionou empresa responsável pela contratação do artista mineiro. Antes de ajuizar a ação pública, o órgão afirmou que tentou acordo com a cidade, mas não teve êxito.

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