reprodução Instagram Mariana Goldfarb descreve relação abusiva em palestra do MP-RJ
Redação Entretenimento
05/12/2025 07:23
Mariana Goldfarb, 35, fez um depoimento impactante ao participar, na quinta-feira (4), de uma campanha do Ministério Público do Rio de Janeiro voltada ao enfrentamento da violência contra a mulher. No vídeo, a modelo revisita um
relacionamento antigo marcado por abusos, detalhando diversas formas de agressão emocional que enfrentou ao longo dos anos.
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"Percebi que estava num relacionamento abusivo desde muito cedo, mas eu não sabia nomear. A violência psicológica não deixa marca visível, mas olhando para trás, eu consigo sim ver ela se transformando no meu corpo em formas de queda de cabelo, olho tremendo,
falta de apetite, doença como anorexia", relatou.
Sem mencionar episódios de agressão física, ela descreve situações de manipulação que abalaram profundamente sua saúde mental. "Era sempre pisar em ovos e era sempre uma coisa muito extenuante fazer de tudo para que o dia terminasse bem, e não vai terminar bem... Comecei a beber muito, a gente vai procurando subterfúgios para anestesiar a dor", afirmou.
Outro ponto que ganhou destaque no relato foi o isolamento vivido durante a relação. "Nenhuma amizade presta. Todas são ruins, todas são invejosas, todas estão querendo ser você, é isso que você escuta. A tua família também não presta. A partir do momento que você tem entorno, fica mais difícil de te manipular. Se for cortando essas pessoas que são tão importantes, você fica muito mais vulnerável", explicou.
A dificuldade de romper o ciclo também foi abordada pela modelo, que lembrou dos julgamentos que recebeu. "Eu escutei muito: 'mas por que você não sai? Mas por que você não larga?' Não é simples você sair, existe ali uma dependência. O problema dessa relação é que ela vai na tua identidade. A partir do momento que você não sabe mais quem você é, é como se a gente fosse zumbi", pontuou.
Em meio à emoção, Mariana contou o momento decisivo que a levou a se libertar. "Consegui sair num momento que eu tinha só mais cinco por cento de oxigênio. Ou eu usava aquele cinco por cento naquele momento, ou ali eu ia morrer. Era o último respiro", recordou.
No encerramento do depoimento, ela direcionou uma mensagem de apoio às mulheres que enfrentam situações semelhantes. "Essa saída existe, ela é possível. Relação saudável existe. Se você está num lugar que te apequena, sai, porque não tem nada mais importante que a sua vida", aconselhou.
Mariana ainda reforçou comportamentos abusivos que não devem ser normalizados. "Jogar alguma coisa em você, jogar uma garrafa d'água na tua direção, bater a porta, gritar, fazer tratamento de silêncio, te diminuir, ter ciúme excessivo, te controlar, te podar, te castrar, não é normal", alertou.