UAI

Lamborghini de Fernando Collor de Mello chega a 6 anos de IPVA atrasado

Automóvel milionário está entre os maiores devedores de IPVA em São Paulo

Divulgação/Cristiano Mariz Divulgação/Cristiano Mariz
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 08/08/2022 09:56
compartilhe icone facebook icone twitter icone whatsapp SIGA NO google-news

De acordo com o cadastro de dívida ativa de São Paulo,  uma Lamborghini Aventador Roadster 2013/2014, avaliada em R$ 3,36 milhões na Tabela Fipe, está entre os maiores devedores de IPVA do estado. De acordo com as informações do portal Uol, o esportivo italiano acumula débitos que totalizam R$ 1.193.217,78, referentes aos anos de 2016, 2017, 2018, 2020 e 2021.

O veículo que pertence ao ex-presidente da República Fernando Collor de Mello também está com o IPVA 2022 em atraso, no valor de R$ 106.949,21, incluindo R$ 23.717,65 de acréscimos legais - portanto, acumula seis anos de imposto devido.

 

Com pintura azul metálica, o conversível está registrado em nome da empresa Água Branca Participações, com sede na capital paulista e que tem o senador e candidato ao governo de Alagoas no seu quadro de sócios.

 

Vale destacar, que essa não é a primeira vez que o veículo aparece nos noticiários. Durante a Operação Lava Jato, em 2015, os policiais federais apreenderam o carro na residência de Fernando Collor em Brasília, no Distrito Federal, juntamente com uma Ferrari 458 Italia 2011 e um Porsche Panamera 2012. Os carros de luxo foram recolhidos pela Polícia Federal como parte da Operação, por suspeita de que tivessem sido comprados com dinheiro de práticas criminosas.

 

No entanto, os automóveis foram devolvidos ao político após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Collor comemorou a decisão nas redes sociais. "Eles voltaram ao seu dono", publicou o parlamentar no Facebook em 29 de outubro daquele ano.

Contudo, os problemas envolvendo o  Lamborghini continuaram. Em novembro de 2016, o banco Bradesco solicitou à Justiça a apreensão do carro, devido atraso no pagamento das parcelas do financiamento. Fernando Collor realizou um acordo com o banco e conseguiu permanecer com o Aventador.

 

Uma consulta ao site do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) mostra que o automóvel ainda tem restrição financeira, atribuída ao Bradesco.

Licenciamento

Com o IPVA atrasado desde 2016, o esportivo não pode ser licenciado e, por isso, está impedido legalmente de rodar em vias públicas. Segundo à publicação, o conversível azul metálica acumula R$ 688,80 de licenciamento atrasado, além de R$ 144,86 relativos ao exercício de 2022, cujo prazo de pagamento ainda não expirou.

 

Por causa disso, a empresa na qual Collor é sócio, a Água Branca Participações - que financiou cerca de 50% do valor do carrão -, foi incluída no no Cadin Estadual (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais).

 

Dessa forma, os débitos passaram a ser gerenciados pela PGE-SP (Procuradoria Geral do Estado de São Paulo), com provável cobrança mediante protesto - que implica restrições a empréstimos no sistema financeiro e bloqueio a eventuais créditos da Nota Fiscal Paulista.

 

Prestes a completar 73 anos, Fernando Collor de Mello é conhecido pelo gosto por carros esportivos e de luxo desde sua época como presidente. Em 1992, porém, uma modesta Fiat Elba foi peça importante no processo que resultou na renúncia do político ao cargo de Chefe de Estado.

compartilhe icone facebook icone twitter icone whatsapp