Arvorear: árvores querendo a leveza do ar

Arvorear é uma palavra que não consta de dicionários e foi designada pelo artista plástico Braulio Bittencourt como nome para sua nova coletânea de mais de 40 pinturas utilizando técnica mista sobre tela a serem expostas a partir do dia 2 de fevereiro de 2017 na Galeria Otto Cirne na Associação Médica de Minas Gerais.

Arvorear se refere a algo que parece ou lembra árvore. &ldquoÉ uma abstração poética da palavra portuguesa para árvore. A brincadeira com a palavra espelha também a manipulação artística da forma da árvore, aponta o curador de arte e arquiteto nova-iorquino Joseph John.As árvores de Braulio Bittencourt partem de uma ideia abstrata em uma tela em branco, e vão ganhando vida em um processo que trabalha com a imaginação e a incerteza do resultado final. &ldquoPode-se ver a árvore como uma expressão concreta, ou apenas uma impressão, ou como uma metáfora abstrata - a árvore simultaneamente como &lsquoenraizamento&rsquo e como busca de luz, ar, ou &lsquoalgo a mais'. Muitas das obras de Bittencourt,  transcendem a forma da árvore e se tornam este 'algo a mais' - deixando o observador com sua própria interpretação recíproco-dinâmica&rdquo, comenta Joseph John.

Ainda segundo o mesmo, &ldquouma obra de arte abstrata ideal engaja cada espectador em um momento de interpretação pessoal único que varia com o tempo, luz, humor e assim por diante. Para um observador em um determinado momento uma pintura pode invocar compaixão, empatia, amor, serenidade. Porém em outro momento ou com outro espectador a pintura pode invocar angústia, agitação, opressão. Este é o equilíbrio do ying e yang.&rdquo

&ldquoDepois de tudo&rdquo, pondera Joseph John, &ldquoo que mais dizer sobre um artista que acredita no amor como base para o processo criativo? Esta exposição nos inscita a uma delicada contemplação do positivismo como motivação para a vida - a vida humana, a vida espiritual ou mesmo a vida de... uma árvore! Arvorear!&rdquo

Braulio Bittencourt é artista plástico autodidata com formação em Ciências Econômicas pela UFMG emestrado pela Universidade de Wakayama, Japão.  Fez curso de aperfeiçomento na Accademia d´Arte em Florença, Itália e tem formação em Biodanza pela International Biocentric Foundation.  Já fez exposições individuais no Museu Casa dos Contos ena  Galeria FIEMG, ambos em Ouro Preto, Centro Cultural Minas Tênis Clube, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Galeria de Arte SESIMINAS e no Espaço Cultural Vallourec, em Belo Horizonte,  além de exposições coletivas em Brasília, nas principais capitais do país, Nova York, Miami, Roma e diversas cidades europeias.