Pela formação e história de cada um, dá para imaginar de onde vêm as referências, os sotaques e as levadas. O guitarrista Yvo Ursini faz trilhas sonoras para televisão, teatro e cinema, tocou e toca com combos bem-sucedidos como o Axial, Dr. Morris e B. Grooves. É formado em música, bacharel em composição. O saxofonista Leonardo Muniz também estudou música, e esteve com os grupos Cardume, Armazem Abapuru e Manu Maltez. Maurício Pereira, Tulipa Ruiz e Skowa são/foram colegas de palco e disco de Amilcar Rodrigues, responsável pelo trompete e pelo flugelhorn. E Soul Legacy, Artur Verocai e Trio Canoa são alguns dos parceiros do baterista Maurício Caetano, que já andou por festivais de jazz na Europa, França e Bahia. Fechando o clube, o baixista Henrique Alves vem tocando com Arnaldo Antunes, Elza Soares, Benjor, Edgar Scandurra e Tom Zé.
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O disco é instrumental, mas a faixa 339 tem letra e voz de Arnaldo Antunes, reproduzida num dos apêndices do encarte e sintonizado com o que há de mais desconcertante de sua poesia, com versos que vão além do epitelial (ou aquém?), cheios de referências a verruga, caroço, calombo acne, cicatriz, pólipo, farpa e outros volumes incômodos. Apesar de conter uma longa, climática e pouco ortodoxa Canção de ninar para Pedro, é um daqueles trabalhos que não deixam dormir quem se atreve a dedicar seu tempo à sua fruição.
Além dos temas próprios, gerados depois de 16 anos de trabalho em conjunto, o Projeto B oferece temas de três compositores eruditos contemporâneos Debussy (Des pas sur la neige, adaptado por Ursini), Alexander Mosolov (Zavod/Iron Foundry, também em versão do guitarrista) e Gyorgy Ligeti (Musica ricercata nº 7, adaptado por Leonardo Muniz Corrêa). Gravado em apenas três dias, em maio do ano passado, Isso oferece caminhos para muitas rimas, mas nunca com indiferença.