Seriado da Mulher Maravilha estreava há 40 anos

Veja o que era proibido às mulheres em 7 de novembro de 1975

por Correio Braziliense 07/11/2015 15:36
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(foto: Reprodução)
O aclamado seriado de televisão da Mulher Maravilha estreou na noite de 7 de novembro de 1975. Nas quatro décadas que se passaram, poucas heroínas tiveram tanto destaque em Hollywood. Nesta semana, a estreia da série Supergirl - a prima de Clark Kent - reacendeu o debate sobre a presença feminina nas telinhas. Até hoje, atrizes renomadas brigam para receber salários iguais aos das estrelas masculinas. Enquanto isso, as mulheres da vida real de todo o mundo lutam para conseguir direitos.

No Brasil, a maior conquista dos direitos das mulheres foi a sanção da Lei Maria da Penha, em 2006. A lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e contra a mulher, como o afastamento do agressor do lar, a proibição do contato entre ele e a mulher agredida, além de penas maiores. O nome da lei é uma homenagem a mulher que sofreu violência em casa por 23 anos: o marido tentou matá-la duas vezes, mas Maria da Penha se tornou um símbolo da luta feminina no país.

Em 9 de março deste ano, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei do Feminicídio, que diminuiu a tolerância de crimes contra a mulher. O feminicídio, assassinato de uma mulher em razão do gênero, foi tipificado como crime hediondo. De acordo com o Mapa da Violência 2012, o Brasil ocupa a 7ª posição na lista de países com o maior número de assassinatos de mulheres no mundo. A cada duas horas, uma brasileira morre vítima de crime violento, geralmente no ambiente doméstico.

Embora o movimento que brigava pelo sufrágio feminino tenha começado já no século 19, muitos países só adotaram a igualdade nas urnas - tanto para votar quanto para ser votada - muito depois. Angola, Cabo Verde e Moçambique adotaram o sufrágio universal em 1975. Em Portugal, as mulheres só tiveram direito irrestrito ao voto a partir de 1976. Entre este ano e o final da década de 1990, outros oito países aderiram ao modelo. O Omã e os Emirados Árabes só liberaram as urnas para as mulheres em 2003 e 2006, respectivamente. No Kuwait, o sufrágio feminino foi liberado em 1985, retirado em 1999 e só voltou seis anos depois.

Na Espanha, até 1975, as mulheres casadas precisavam da autorização dos maridos para que pudessem trabalhar ou até viajar; a lei era chamada de permiso marital. O uso de contraceptivos no país só foi legalizado três anos depois. Em 1987, a Suprema Corte espanhola reconheceu que uma mulher não precisava provar que tinha tentado se defender em casos de estupro.

Mesmo com a conquista de direitos perante à lei, mulheres de todo mundo ainda sofrem com a desigualdade. Em 2012, a estudante paquistanesa de 15 anos Malala Yousafzai sofreu um atentado por parte do Talibã: a jovem lutava contra a proibição do grupo radical para que meninas não estudassem. Ela sobreviveu a três tiros e se tornou uma figura mundial. Dois anos mais tarde, foi reconhecida com o Nobel da Paz. Na última quinta-feira (5/11), a jovem se afirmou como feminista em conversa com a representante da ONU Mulheres, a atriz Emma Watson. “Todos nós deveríamos ser feministas, porque feminismo é uma outra palavra para igualdade”, disse Malala.

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