Começou a temporada de festivais de inverno, que levam cultura a várias cidades do interior de Minas

Agenda é variada: arte experimental, oficinas, medalhões da MPB e estrelas pop

por Sérgio Rodrigo Reis 05/07/2013 06:00

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Beto Magalhães/EM/D.A Press
Cria dos festivais de inverno, Grupo Galpão leva a Ouro Preto sua nova peça, 'Os gigantes da montanha' (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
A agitação cultural que toma conta do interior de Minas Gerais durante os festivais de inverno, em contraste com outras épocas do ano, segue dois modelos. Um é mais experimental – com propostas estéticas contemporâneas, arriscadas, inovadoras e nem sempre com resultados tão expressivos de público. O outro se baseia em eventos populares, sem tantas novidades, e com garantia de casa cheia.

Outra regra predominante é a ligação com universidades federais. Com o aumento do número de festivais, entrou em cena a competição. Em busca da atenção do público e da mídia, cada um tenta se virar como pode para não passar em branco em meio a tanta oferta.

Desde que um grupo se juntou, em 1967, para criar um festival experimental para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a arte mineira ganhou importante aliada na formação, difusão e promoção da produção do estado. Várias gerações de estudantes participaram dos eventos. Grupos se formaram durante oficinas, alcançando renome internacional, caso do Galpão e do Uakti.

Entre os dias 21 e 28 deste mês, em Diamantina, será realizada a 45ª edição do festival da UFMG. Até dia 15, a instituição recebe inscrições para oficinas. Em versão reduzida em relação às anteriores, o mais tradicional evento cultural de inverno do estado será inspirado no tema “O bem comum”.

A intenção da UFMG é questionar a divisão entre os que trabalham e os que fazem arte; entre os que estudam e gerenciam a cultura e aqueles que a inventam cotidianamente. Serão oferecidos três tipos de atividades: apresentações artísticas, coletivos e itinerâncias. As apresentações gratuitas ocorrerão em vários espaços, a partir do início da noite. Haverá concertos da Orquestra Jovem de Diamantina, apresentações de dança afro e balé, festa no Terreiro Mamãe Oxum, peças de teatro e noite hip-hop, com duelo de MCs.

Yasuyoshi Chiba/AFP
Milton Nascimento canta em São João del-Rei, Sete Lagoas e Divinópolis (foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
Regional


Em outra vertente, o 26º Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei se expande para Barroso, Santa Cruz e Tiradentes, além das unidades da instituição em Divinópolis, Ouro Branco e Sete Lagoas. A intenção é homenagear a diversidade cultural do país com atrações como Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Zélia Duncan e Grupo Galpão. Paulo Caetano, coordenador geral do evento, explica que a proposta se inspirou numa frase de Buda – “todo lugar é aqui”– com o propósito de estimular a sensação de pertencimento nas comunidades.

O Inverno Cultural busca unir a produção local à consagrada nacionalmente. Milton Nascimento, por exemplo, fará show em São João del-Rei, Sete Lagoas e Divinópolis, recebendo cantores locais no palco. A agenda é eclética: vai do violão clássico de Rafael Cortez (conhecido como integrante do humorístico 'CQC') ao heavy metal das bandas Matanza e Concreto, passando pela música popular italiana de Patrizia Laquidara. Nas artes visuais, destacam-se os convidados Gérard Monnier (França), Ivan Argote (Colômbia) e Pedro Motta (Brasil).

Ouro Preto

A diversidade cultural marca o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes, evento promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), que começa sexta-feira. Além do Grupo Galpão (que apresenta sua nova peça, 'Os gigantes da montanha', no domingo) e do cantor Alceu Valença (com 'Valencianas', parceria com a Orquestra Ouro Preto, na terça-feira), destaca-se a estreia, no dia 18, de 'Prazer', espetáculo do grupo Luna Lunera. Serão oferecidas atividades gratuitas, além de oficinas e debates nas áreas de artes cênicas, artes visuais, música, literatura e patrimônio. O público infantojuvenil ganha atenção.

Sexta-feira, apresentam-se o coral francês Le Petits Chanteurs de Bordeaux, às 20h, na Basílica do Pilar, e Jair Rodrigues e família, às 22h30, na Praça Tiradentes. Amanhã, na mesma praça, às 23h, o show será de Oswaldo Montenegro. No domingo, será a vez de Emmerson Nogueira. “Nosso festival trabalha com todas as vertentes: das linguagens contemporâneas às tradicionais. O festival é o momento de trazer o contemporâneo para aqui”, afirma Rogério Santos Oliveira, pró-reitor de extensão da Ufop.

CONGONHAS

O Festival de Inverno de Congonhas traz como diferencial um tributo a quem marcou a cultura local: Victória Parcus, a Tia Vick. Carioca, filha de alemães e casada com um argentino, ela se mudou para a cidade nos anos 1960, movida pelo sonho do marido de plantar erva-mate. O projeto não deu certo, mas a região ganhou importante aliada das artes. Vick criou a escola de balé responsável pela formação de uma geração de dançarinos. Também estimulou a programação cultural da semana santa, uma das principais do estado. “Congonhas deve muito a ela”, ressalta Míriam Lúcia Palhares Silva, secretária de Cultura. A 18ª edição do evento será realizada entre os dias 12 e 18, com várias oficinas. Estão programados shows do Jota Quest (dia 28) e Jorge Aragão (dia 27), além de espetáculo do Teatro Mágico (dia 13).

CONFIRA
» Festival de Inverno da UFMG
De 21 a 28 deste mês, em Diamantina. Inscrições para oficinas até dia 15. Informações: https://45festivalufmg.wordpress.com

» Inverno Cultural
Até dia 27, em São João del-Rei, Barroso, Santa Cruz, Tiradentes, Divinópolis, Ouro Branco e Sete Lagoas. Inscrições para oficinas até sexta-feira. Informações: www.invernocultural.com.br

» Festival de Inverno de Ouro Preto e mariana
Até dia 28. Informações: www.festivaldeinverno.ufop.br

» Festival de Inverno de Congonhas - De 12 a 18 deste mês. Informações: (31) 3731-3133.

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