Kelly Asbury conta que recebeu um manual de instruções para dirigir Smurfs 3

Segundo ele, personagens estarão mais próximos dos originais no próximo longa da franquia

por AFP 12/02/2017 08:00


Fotos: Sony Pictures/Divulgação
Filme estreia em 23 de março (foto: Fotos: Sony Pictures/Divulgação)
Kelly Asbury tinha 24 anos quando procurou emprego como desenhista na Hanna-Barbera para Os Smurfs. Não conseguiu. Três décadas depois, dirige o novo filme sobre as aventuras dessas pequenas e divertidas criaturas azuis. Quando assumiu o projeto, a primeira coisa que recebeu foi um livro de regras. “Tivemos que trabalhar dentro desses parâmetros”, explica Asbury, de 57 anos, em entrevista em Los Angeles. Regra número um: “Os Smurfs só comem smurfresas. Podem comer um bolo de smurfresas, um sanduíche de smurfresas....”. “Seja o que for, mas com esse ingrediente, o mirtilo”, afirmou o cineasta.

Com esse livro debaixo do braço, Asbury está finalizando a próxima animação da Sony: Smurfs: The lost village (Os Smurfs e a vila perdida, deve ser o título em português), na qual um misterioso mapa leva Smurfette e seus companheiros a uma “Floresta Proibida” cheia de criaturas mágicas, onde encontram uma misteriosa aldeia perdida de outros Smurfs antes do maligno feiticeiro Gargamel. “Apropriar-se de uma marca estabelecida, tão amada no mundo inteiro, é uma grande responsabilidade. Eu não quero ser acusado de arruinar Os Smurfs”, revelou o diretor. No Brasil, o filme estreia em 6 de abril, um dia antes dos Estados Unidos.

Quando tomou a decisão de fazer esse filme, Asbury ainda não trabalhava com a Sony e pouco sabia sobre esses personagens azuis criados pelo cartunista belga Peyo (Pierre Culliford), em 1958, que se tornaram uma série de animação nos anos 1980. “Gostaria de ter sido criança quando Os Smurfs estrearam na televisão”, declarou o também diretor de Shrek 2 e integrante da equipe que dirigiu o aclamado A bela e a fera. “É meio irônico, de verdade, porque não tinha filhos, estava com meus 20 anos, então não prestei muita atenção. O engraçado é que quando eu tinha uns 24 anos tentei trabalhar para Os Smurfs nos estúdios da Hanna Barbera e não consegui”, lembrou, com uma risada.

GUINADA
Mas 30 anos depois, a Sony o chamou para liderar esse projeto, que o fez mergulhar em uma profunda pesquisa sobre a história e o criador Peyo. Agora, Asbury se diz um expert no assunto e se sente o “Smurf diretor” de dia e o “Smurf preguiçoso” de noite.

Os Smurfs e a vila perdida é o terceiro filme da franquia do estúdio. Inicialmente, seria uma continuação dos dois primeiros filmes de live-action de 2011 e 2013, mas 100% animado. Com o conhecimento adquirido, Asbury deu uma guinada radical ao projeto: os personagens tinham de ser mais próximo aos originais. “Redesenhamos tudo para torná-lo mais parecido aos originais de Peyo, mas ficou tão diferente dos filmes de live-action que dissemos que teríamos de romper (com as sequências anteriores) e começar do zero”, disse. E é engraçado como, por exemplo, uma joaninha é usada para “fotografar”, como um smartphone, o mapa da floresta.

VOZES
Julia Roberts faz parte do casting, interpretando a voz da Smurf Willow, junto a Demi Lovato (Smurfette), Rainn Wilson (Gargamel), Joe Manganiello (Robusto), Jack McBrayer (Desastrado), Danny Pudi (Gênio) e Mandy Patinkin (Papai Smurf). “A forma como escolhi as vozes foi escutá-las sem saber de quem se tratava para não ser seduzido por grandes nomes”, explicou. Segundo confessou, reconheceu imediatamente Julia Roberts, mas não Demi Lovato, que canta uma versão da famosa Let it go (Livre estou) em Frozen.

“Conhecia o seu canto, mas não sua voz falada. Havia uma força, confiança, tinha qualidade, textura. É uma Smurfette diferente, mas nesse filme ela é forte e determinada”, disse o diretor, que empresta sua voz ao Smurf Intrometido. Demi Lovato, de 24 anos, pouco ou nada sabia dos personagens azuis quando o papel chegou às suas mãos. “Perguntei aos meus pais, olhei vídeos no YouTube”, contou a atriz sobre sua preparação.

E para aqueles que se perguntam se o “la-ra-ra-la-la-la” está no filme, a resposta é sim. Mas Asbury, que sonha com um segundo filme, não adiantou onde, quando ou como. 

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