Já virou praxe. Comédia brasileira acaba sempre se transformando em franquia. E não poderia ser diferente com Os penetras 2 – Quem dá mais?, que estreia hoje em todo o país. A continuação do diretor Andrucha Waddington traz mais uma vez a turma de golpistas Beto (Eduardo Sterblitch), Marco (Marcelo Adnet), Laura (Mariana Ximenes) e Nelson (Stepan Nercessian). A história até melhora um pouco em relação ao primeiro filme – pouco comum em se tratando de sequência –, mas não deixa de insistir em piadas bobas e no humor clichê.
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Aproveitando a leva das celebridades da internet, a produção convidou alguns dos youtubers que mais bombam no país. Whindersson Nunes, Julio Cocielo, Maju Trindade, PC Siqueira e Gabbie Fadel fazem pontas no hospício onde o personagem de Eduardo Sterblitch – o melhor do elenco – é internado. O curioso é ver Marcelo Adnet, conhecido pelas esquetes e tiradas inteligentes, ter se rendido a um projeto como Os penetras. Também não é muito “confortável” ver Andrucha – que assinou a direção de Gêmeas (1999), Eu, tu, eles (2000), Casa de areia (2005) e Lope (2011) – estreando na comédia em tal empreitada. O primeiro filme, apesar de fraco, não fez feio e levou mais de 2,5 milhões aos cinemas.
Os Penetras 2 – Quem dá mais? chega ao mercado no momento em que os longas que concorrem às premiações mais importantes do cinema, o Oscar e o Globo de Ouro, também estão estreando. E vai concorrer com um filme que está nadando de braçadas nesse gênero e já atingiu 6 milhões de espectadores em menos de um mês, Minha mãe é uma peça 2, com Paulo Gustavo. Mas como há gosto pra tudo, Os penetras 2 deve ter lá seu público cativo.
Confira o trailer:
Três perguntas para...
Andrucha Waddington, diretor
Eu, tu, eles é uma comédia dramática. Os penetras foi minha primeira comédia urbana, jovem e irreverente. Gosto de bons filmes, independentemente do gênero e tento não me repetir de um filme para o outro. Fazer uma sequência era um grande desafio; de não repetir a estrutura narrativa do primeiro, trazer ao público um novo filme, respeitando qualidades, defeitos e características dos personagens. Este desafio tirou meu sono por mais de quatro anos, mas agora acho que entregamos um filme redondo, igualmente irreverente, mas com novidades em relação ao primeiro.
Boa parte das bilheterias no Brasil vem de comédias. Por que esse gênero faz tanto sucesso por aqui?
As comédias são bem-sucedidas no mundo inteiro há muito tempo. As pessoas gostam de rir e isso não tira o espaço dos demais gêneros cinematográficos, apenas reforça um espaço já conquistado no mercado pelo humor.
Qual a principal diferença entre dirigir um drama e uma comédia?
Um diretor sempre se encontra a serviço da história que está contando e, por consequência, a serviço do gênero que rege a história. Cada gênero tem sua matemática própria. A grande diferença é saber que história você está contando e se entregar a ela.