Forum.doc dá voz às minorias

A mostra etnográfica exibirá 84 filmes, com entrada franca, até dia 27, no Cine Humberto Mauro e no Cine 104

por Pedro Galvão 18/11/2016 08:00
Forum.doc/divulgação
Cena do filme 'Na Missão', que será exibido em 22/11, às 19h, no Cine Humberto Mauro (foto: Forum.doc/divulgação)

Pelo 20º ano consecutivo, Belo Horizonte recebe o Forum.doc. Até dia 27, a mostra de cinema etnográfico exibirá 84 filmes, com entrada franca, no Cine Humberto Mauro e no Cine 104. Além de divulgar produção independente do Brasil e do exterior, o festival dá espaço às minorias e causas humanitárias.

“Queremos mostrar outras possibilidades de formato de documentário, sobretudo filmes de outros lugares, feitos de outras formas por profissionais de fora da área do cinema, a exemplo do cinema indígena e do cinema de periferia”, explica Júnia Torres, idealizadora e organizadora do festival.

A programação inclui Na missão, com Kadu, curta produzido por realizadores de Minas Gerais sobre as ocupações urbanas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e Quando dois mundos colidem, longa peruano sobre a resistência de uma sociedade indígena tradicional à exploração extrativista de corporações internacionais na Amazônia.

Quatro mostras contemplarão o cinema contemporâneo nacional e estrangeiro. Uma delas, Queer e a câmera, volta-se para a causa LGBT. Além de 24 filmes sobre o tema, três seminários enfatizarão a questão queer local, discutindo iniciativas realizadas em Belo Horizonte em outros campos artísticos. As mesas ocorrerão nos dias 21, 22 e 23.

“Não seria possível, somente por meio dos filmes, trazer essas questões ligadas ao queer, especialmente em um contexto local. Por isso, organizamos os seminários. BH tem hoje uma série de ações importantes, muitas delas utilizando espaço público e na contramão da lógica histórica de segregação da população LGBT”, explica o antropólogo Paulo Maya, outro idealizador do Forum.doc.


As discussões contarão com a presença dos ativistas Jota Mombaça e Pri Bertucci, além do próprio Paulo Maya. Entre os filmes em cartaz na mostra queer, ele destaca Ano branco (2013), do diretor brasileiro Luiz Roque. O longa imagina um cenário futuro em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) remove o transexualismo de sua lista de doenças.

Hoje, as sessões se iniciam às 15h, no Cine Humberto Mauro, com o curta iraniano Eu danço com Deus (2015) e o francês Exótica, erótica, etc. Às 17h, será a vez da sessão especial comentada Imagem e hospitalidade: em torno de L’ordre (1973), com exibição do filme de Jean Daniel Pollet. Às 19h, no Cine 104, será exibido o filme nacional Martírio (2016), de Vincent Carelli, sobre a questão indígena no Brasil. A programação completa está disponível no site www.forumdoc.org.br.

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