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Estado de Minas

Paraty e Ilha Grande recebem título de patrimônio cultural e natural mundial da Unesco

A certificação é o reconhecimento internacional das belezas naturais da região. Elas se juntam a outros 21 patrimônios mundiais da humanidade brasileiros, dos quais sete são naturais e 14 são culturais


Título concedido à Ilha Grande reforça luta contra ideia de criar no local uma
Título concedido à Ilha Grande reforça luta contra ideia de criar no local uma "Cancún brasileira" (foto: Embratur/Divulgação)
 
Paraty e Ilha Grande, ambas no Rio de Janeiro, receberam, nesta sexta-feira, o título de patrimônio cultural e natural mundial da Unesco. Com o reconhecimento internacional, a região se tornou o primeiro sítio misto do Brasil. A decisão foi dada por um conjunto de 21 integrantes da entidade em Baku, Azerbaijão. Agora, o Brasil tem 22 bens na lista de sítios de excepcional valor universal. Essa é a primeira vez que o Brasil tem um sítio misto reconhecido por sua cultura e natureza.

O título abrange áreas de seis municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que a maior parte está em Paraty (RJ) e Angra dos Reis (RJ). A região preservada inclui, ainda, Ubatuba (SP), Cunha (SP), São José do Barreiro (SP) e Areais (SP). Com cerca de 85% da cobertura vegetal nativa bem conservada, a área forma o segundo maior remanescente florestal do bioma Mata Atlântica e é cercada por quatro áreas de conservação ambiental, além de ser palco de um dos principais centros históricos e culturais do país.

Além da sua extensão, as diferentes fisionomias vegetais permitem a ocorrência de uma fauna e flora com diversas espécies raras e endêmicas. Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil é considerado o número um em riquezas naturais e o 8º em bens culturais, dentre todas as nações do mundo.

Unesco reconhece Paraty por suas belezas naturais e históricos(foto: Embratur/Divulgação)
Unesco reconhece Paraty por suas belezas naturais e históricos (foto: Embratur/Divulgação)

A diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Lovchelovitch Noleto, destacou a diversidade cultural e natural da região. “Formada pelo intercâmbio das culturas indígena, africana e caiçara que se expressam nos bens culturais da cidade, Paraty engloba uma fusão de características próprias do patrimônio material e imaterial. Ao mesmo tempo, a cidade apresenta exemplos de povos tradicionais que usam a terra e o mar de forma sustentável, demostrando a interação do homem com o meio ambiente. Ao se unir à Ilha Grande, o sítio torna-se ainda mais representativo com áreas de beleza natural excepcional”, pontuou. 

Acompanhando a decisão, em Baku, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, comemora a volta para a casa com mais esse título na bagagem do Brasil. “Em Paraty e Ilha Grande, vemos de maneira excepcional e única uma conjunção de beleza natural, biodiversidade ímpar, manifestações culturais, um conjunto histórico preservado, e testemunhos arqueológicos importantes para a compreensão da evolução da humanidade no planeta Terra”, ressaltou a presidente.

Atualmente, Paraty sedia a Flip (Feira Literária de Paraty), um dos maiores e mais dinâmicos festivais de literatura do mundo. A cidade também já tem o título de Cidade Criativa, concedido pela Unesco, por sua gastronomia. Seus sítios arqueológicos têm mais de quatro mil anos de existência, contendo vestígios de ocupação humana, como sambaquis, cavernas, estruturas subterrâneas ou submersas. Além disso, a região tem 36 espécies vegetais consideradas raras e contém os habitats naturais mais importantes e significativos para a conservação da diversidade biológica.

A candidatura de Paraty e Ilha Grande é fruto de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, Iphan, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), prefeituras municipais de Paraty, de Angra dos Reis e Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

OUTRAS CANDIDATURAS

 
O Brasil concorre ainda em outras duas categorias para títulos da Unesco. A candidatura do Complexo Cultural do Bumba meu Boi do Maranhão, como patrimônio cultural imaterial, será analisada em dezembro, em reunião em Bogotá, na Colômbia.

Atualmente são sete os elementos brasileiros na lista de patrimônio cultural imaterial: roda de capoeira, círio de Nazaré (PA), frevo do carnaval de Recife (PE), samba de roda do Recôncavo Baiano (BA), expressões orais e gráficas dos povos Wajãpi, Yaõka, ritual do povo Wnawane Nawe para manutenção da ordem cósmica e o museu vivo do fandango.

Outras regiões do Brasil, os cânions do Sul, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, e seridó, no Rio Grande do Norte, concorrem ao título de geoparque mundial da Unesco. Apesar de ser considerado o primeiro do mundo em atrativos naturais pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil atualmente só tem a Serra do Araripe, no Ceará, na Rede Global de Geoparques da Unesco. De acordo com as autoridades do turismo regional, o título deve promover um salto na visitação destes pontos turísticos para o país.
 
 

Sítios do Patrimônio Cultural:


1980 - A Cidade Histórica de Ouro Preto, Minas Gerais 

1982 - O Centro Histórico de Olinda, Pernambuco  

1983 - As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande de Sul e Argentina

1985 - O Centro Histórico de Salvador, Bahia  

1985 - O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais  

1987 - O Plano Piloto de Brasília, Distrito Federal  

1991 - O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí 

1997 - O Centro Histórico de São Luís do Maranhão 

1999 - Centro Histórico da Cidade de Diamantina, Minas Gerais 

2001 - Centro Histórico da Cidade de Goiás 

2010 - Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, Sergipe

2012 - Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar

2016 - Conjunto Moderno da Pampulha

2017 - Sítio Arqueológico Cais do Valongo
 
Sítios do Patrimônio Natural:

1986 - Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná e Argentina 

1999 - Mata Atlântica - Reservas do Sudeste, São Paulo e Paraná

1999 - Costa do Descobrimento - Reservas da Mata Atlântica, Bahia e Espírito Santo  

2000 - Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central

2000 - Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul 

2001 - Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas, Goiás

2001 - Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas 


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