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Estado de Minas Nas alturas

Sem neve, um verdadeiro jardim florido surge na Cordilheira dos Andes, no Chile

Quem pensa que o país da América do Sul só tem uva se engana! Tem vinho e pisco também! E muitas coisas interessantes para ver e fazer. O Chile é rico em cultura, gastronomia, natureza e muita simpatia de um povo que sabe receber bem


Um surpreendente tapete florido se estende por toda a superfície desértica do Atacama, promovendo um visual incrível(foto: Elizabeth Colares/EM)
Um surpreendente tapete florido se estende por toda a superfície desértica do Atacama, promovendo um visual incrível (foto: Elizabeth Colares/EM)
A porta de entrada do Chile deveria ser o Deserto Florido, que, com seu colorido, suas flores e perfumes arrebata o turista. Fenômeno só visto na Região do Atacama, e que ocorre devido a fatores meteorológicos, como a precipitação de chuvas, as mais variadas espécies de flores podem ser apreciadas até o fim de outubro e início de novembro.


Cercadas de mistérios, as serras são de uma beleza inexplicável, com muito verde, matizado por vários tons de vermelho, amarelo, branco, azul, rosa e lilás, entre outros. Segundo o presidente da Associação dos Guias de Turismo do Atacama, Roberto Vergara, há sete anos não havia uma florada tão grande quanto a de agora. “Uma das razões foi o El Niño este ano. São plantas nativas e endêmicas que se alastram pelos cerca de 100 quilômetros de extensão, por 40 quilômetros de largura”, diz.


Para apreciar o lugar há que se percorrer uma longa e cansativa estrada, mas vale a pena. De Santiago até Copiapó – um dos pontos de partida para o roteiro – são cerca de 800 quilômetros pela Rota Pan-americana Norte. O melhor, segundo o guia, é, estando em Santiago, pegar um voo até o Aeroporto Disierto do Atacama (são quatro linhas aéreas), que fica a 60 quilômetros de Copiapó. Depois, para percorrer os 150 quilômetros de Copiapó a Vallenar, o ideal é contratar um transporte com guia, que indicará a você os melhores pontos de parada para fotografar a surpreendente paisagem.


AVENTURA

Fenômeno no Deserto do Atacama pode ser visto até o fim de outubro(foto: Elizabeth Colares/EM)
Fenômeno no Deserto do Atacama pode ser visto até o fim de outubro (foto: Elizabeth Colares/EM)
O roteiro ainda oferece a possibilidade de praticar uma variedade de esportes radicais e de muita emoção, como o passeio em um 4x4, ou mesmo, tomar um banho nas geladas e claríssimas águas do Oceano Pacífico. Tudo isso emoldurado pela Cordilheira dos Andes, que oferece uma visão extraordinária, com altitudes que superam os 6 mil metros. Entre uma cidade e outra, curiosidades vão se destacando pelo caminho, como restaurantes com cardápios inusitados e comidas preparadas de forma simples, mas de um sabor inigualável. Caso do Centro de Agroturismo La Casona, em Alto del Carmen, uma das regiões do Atacama.


No meio do nada, de repente, um lugar para um breve descanso e reposição de energias. Além de um ensopado com variedade de ingredientes e até um pedaço de espiga de milho cozido, servem um arroz especial com uma carne dos deuses.O lugar ainda oferece hospedagem e área para acampar ou fazer um descontraído piquenique. Para quem quiser levar uma lembrancinha, artesanatos produzidos na região ficam expostos na varanda do restaurante.

O ceviche é um dos pratos típicos mais exóticos e saborosos do Chile(foto: Elizabeth Colares/EM)
O ceviche é um dos pratos típicos mais exóticos e saborosos do Chile (foto: Elizabeth Colares/EM)

E, como não poderia deixar de ser, ao longo do lado Norte do Chile, plantações e mais plantações de uva, principalmente para a produção de vinho e pisco (destilado feito de uva) e, ainda, de oliveiras, produtos que muito orgulham o país e o colocam em posição de destaque quando se fala de exportação de bebidas e de azeitonas e azeite.

Dizem que um dos atrativos que levam milhares de viajantes todos os anos ao Chile é a neve e a possibilidade de esquiar. Mas, por trás disso estão os variados e famosos rótulos de vinho que o país produz. Em 2016, foram 1,3 bilhão de litros, o que o torna o principal exportador do Novo Mundo e, inclusive, domina o mercado brasileiro com 50% em volume.

Uma das explicações para a produção de um vinho e de um pisco – produzido a partir da fermentação da uva – tão apreciados são as características climáticas do lugar. Que o digam as irmãs Sandra e Cecília Ramirez, pequenas produtoras da vinicultura Pajarete del Valle del Huasco, que produz vinho e pisco com a marca Armidita. Com uma terceira irmã e o pai, a quarta geração da família Ramirez garante que a concentração de açúcar que recebe em razão dos raios solares e da umidade da serra faz do vinho “o mais saboroso e puro”. “É tudo orgânico, tanto a uva quanto o vinho”, diz Cecília. Com a ajuda de sete funcionários, a fazenda produz 100 mil litros de pisco e 130 mil litros de vinhos moscatel seco e tinto por mês. A família faz parte do Movimento dos Vinhateiros Independentes (Movi), que cuida da divulgação e do suporte aos pequenos empreendedores chilenos.
Violeta, secretária na empresa de pisco artesanal Bou Barroeta e Horcon Quemado, em San Félix, compara a bebida ao uísque(foto: Elizabeth Colares/EM)
Violeta, secretária na empresa de pisco artesanal Bou Barroeta e Horcon Quemado, em San Félix, compara a bebida ao uísque (foto: Elizabeth Colares/EM)

Já na planta de pisco artesanal Bou Barroeta e Horcon Quemado, em San Félix, o destaque é o alambique a lenha com mais de 200 anos (hoje não se vê mais em outros lugares) e que funciona ainda a todo vapor. “Temos mais duas réplicas construídas há pouco mais de dois anos, mas não nos desfazemos desse, que foi o primeiro da fazenda”, conta Violeta, secretária da empresa.

As uvas moscatel cuidam de garantir o melhor pisco, segundo Violeta. “É praticamente um uísque”, compara  a secretária, para demonstrar a qualidade da bebida. São 2 milhões de quilos de uva, coletadas de dezembro a março, e 1 milhão de litros de pisco com a marca Horcon Quemado, com a entrega de 12 mil garrafas por semana, num trabalho bem artesanal, que envolve 55 trabalhadores no total.

AZEITE Em toda a extensão do trajeto, o que mais se vê são as plantações de uvas e também de frutos exóticos, como a papaya, típico na região e, segundo os nativos, excelente remédio para vários males. Muito impressiona também a plantação de oliveiras, como na fazenda Olivo Centenário Huasco Rojas. São mais de 1,2 mil árvores centenárias e produtivas. Na colheita, que vai de maio a setembro, chega-se a retirar 30 mil quilos de azeitonas. “As grandes são para mesa e as pequenas para o azeite”, explica Daisy Rojas, que comanda a fazenda. O clima, mais uma vez, entra como protagonista. “A oscilação térmica, com baixas temperaturas à noite e altas durante o dia, oferece toda a condição para um produto equilibrado”, afirma.

Mas há muito mais coisas pra se ver no Chile e, por isso, o passeio deve ser feito por pelo menos uma semana. E não se preocupe, pois a região é dotada de estrutura hoteleira e de gastronomia de primeiríssima para você aproveitar cada minuto dessa encantadora viagem.

* A jornalista viajou a convite do Servicio Nacional de Turismo de Chile (Senatur)


SERVIÇO:

»  ONDE FICAR?
• Santiago: Hotel Cumbres
Lastarria www.cumbreslastarria.com

»  ONDE COMER?
Squella Sa Marisqueira
Restaurant – Santiago

• La Serena
Refugio El Molle
www.

• Vallenar: Hotel Orígenes
www.hotelorigenes.cl

• Copiapó: Hotel El Bramador
www.hotelbramador.com


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