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Reportagem Especial

Ilhas Cayman, muito mais que um paraíso fiscal

Famosas internacionalmente pelos "negócios" off shore, as Ilhas Cayman têm um outro tipo de paraíso escondido para oferecer.

Graziela Reis

Mergulhos são praticamente obrigatórios na ilha - Foto: Graziela Reis/EM

Praias paradisíacas de extensas faixas de areia branca banhadas pelas águas de azúis de vários tons do Caribe, uma rede hoteleira de alto padrão e gastronomia que atende aos paladares mais exigentes estão no cardápio das Ilhas Cayman, tão pouco exploradas por brasileiros, apesar de ficarem a apenas uma hora e meia de voo da badalada Miami. 

 

Este ano, até setembro, as ilhas receberam 296.447 turistas, que chegaram por via aérea. A grande maioria, ou 234.094, é dos Estados Unidos. Os canadenses também são bem frequentes: 16.871. Mas os brasileiros… Estes são raros por ali. Nos nove primeiros meses do ano, se limitaram a 464. No ano passado, somaram 941 – número recorde desde 2000, de acordo com dados do governo das Ilhas Cayman. O balanço, no entanto, não inclui os cruzeiros marítimos, que são os principais responsáveis por garantir a movimentação turística no arquipélago. Até setembro, os navios já levaram para a região mais de 1,2 milhão de pessoas.


Entre esses turistas há brasileiros.

Mas não há como mensurar quantos. É chegando por mar que muitos descobrem as Ilhas Cayman. E no acaso. Compram um pacote de cruzeiro no Caribe e desembarcam no porto de George Town, uma escala que surpreende. O desembarque é no centro comercial de Grand Cayman. Parece uma vila antiga norte-americana. Construções de madeira, rústicas e sofisticadas ao mesmo tempo. Lojas de grife e dutty free fazem a alegria dos surpresos turistas. Ali é possível comprar um Rolex ou Cartier com tranquilidade. A segurança reina. E entre as sofisticadas lojas, bancos de todo o mundo, o que faz jus à fama do paraíso fiscal.

Depois das compras, é possível seguir para Seven Mile Beach, a praia mais extensa da ilha, e curtir um belo banho de mar de águas quentes, azuis e transparentes. Os peixinhos chegam para brincar entre os seus pés. Mas esses turistas de cruzeiros não conseguem descobrir tudo o que esse paraíso tem para oferecer.
Ficam um dia, no máximo, e seguem em frente sem conhecer o que Grand Cayman, Cayman Brac e Little Cayman têm realmente para apresentar.

Para o diretor da Acta Turismo, José Carlos Vieira, as Ilhas Cayman representam um destino praticamente inexplorado. Ele já esteve lá por quatro vezes: todas em cruzeiros marítimos. “Os navios param por lá”, conta. “Se não fosse por isso, também não conheceria”, afirma. Em todas as vezes, ele chegou por volta das 8h e retornou ao navio às 17h. “Acredito que é um local que pode ser melhor explorado para lazer. É desconhecido e maravilhoso”, observa.

 

“Os turistas da América do Sul são muito bem-vindos, especialmente os brasileiros, que também podem aproveitar seu inverno nas Ilhas Cayman, quando ocorre nossa baixa estação”, afirma Annik Jackman, gerente de promoção nacional e eventos de Cayman Islands. “Os brasileiros vão adorar a praia de Seven Mile Beach, famosa no mundo todo, assim como as opções incríveis de snorkelling e mergulho com uma vida marinha diversa. A oferta de restaurantes com alta gastronomia e deliciosos peixes e frutos do mar são um convite para jantar fora. É impossível conhecer tudo o que as três ilhas têm a oferecer em um único dia”, reforça.

Tão pouco exploradas por brasileiros, apesar de ficarem a apenas uma hora e meia de voo da badalada Miami. - Foto: Graziela Reis/EM Há ainda atrações que agradam aos turistas das mais variadas idades, como o passeio na fazenda de tartarugas, a visita a cavernas seculares ou ainda o inusitado mergulho com arraias.

Dá também para se inspirar nos piratas que recheiam as lendas da região e conhecer uma fábrica de rum. Ainda é possível voltar no tempo com a visita à primeira construção do arquipélago, o Pedro St. James Castle (de 1780) – que já sobreviveu a vários furacões – e voar rapidamente para conhecer as ilhas irmãs: Cayman Brac e Little Cayman, que oferecem mais um leque de opções de belezas naturais.

De dar água na boca Cercadas pela água salgada, as Ilhas Cayman têm os frutos do mar como os principais ingredientes de sua gastronomia. A inspiração pode ser caribenha, norte-americana ou europeia. E o objetivo é atender a todos os tipos de paladar. No Rum Point, mais despojado, é possível tomar drinques típicos, apreciar um almoço com o barbecue tradicional dos EUA, curtir espreguiçadeiras e ter acesso a um píer que avança mar adentro e ser recebido pelas gaivotas. Ali, o programa é para o dia, mas também há muitas festas noturnas.

Para almoços e jantares não faltam opções de alto padrão. Os hotéis, inclusive, oferecem boas alternativas, abertas a frequentadores que não estão hospedados em seus quartos. É o caso do Anchor & Den, do Marriott. No cardápio, desde sanduíches, a partir de CI$ 14, até um robalo grelhado acompanhado de vegetais, por CI$ 31. A garrafa de vinho, para acompanhar, custa a partir de CI$ 35.

Chefs requisitados mundialmente também assinam cardápios em Cayman. Um bom exemplo é Eric Ripert (chef francês com três estrelas Michelin no restaurante Le Bernardin de Nova York). Ele é o responsável pelo Blue, uma das pérolas incrustadas no Ritz-Carlton. É possível fazer a reserva para almoço ou jantar mesmo sem ser hóspede.

* A repórter viajou a convite do Departamento de Turismo das Ilhas Cayman.


Charme inglês



Cristóvão Colombo descobriu as Ilhas Cayman por acaso, em sua quarta viagem ao Novo Mundo, em 1503. Cayman Brac e Little Cayman foram batizadas por ele de Las Tortugas. Na época, ele não chegou a ter Grand Cayman no seu campo de visão. As ilhas estão localizadas ao Sul de Cuba e a Sudeste da Jamaica, seus vizinhos mais próximos. Os primeiros colonizadores ingleses só chegaram ali entre 1661 e 1671. Ainda hoje elas são um território ultramarino britânico. Tanto que a língua predominante é o inglês e o chá das 17h é tradição. E já na chegada, no aeroporto, há um quadro com a foto da rainha Elizabeth II para dar as boas-vindas aos turistas. Sua imagem também está nas notas de um dólar das Ilhas Cayman (CI$ 1), que valem cerca de 25% a mais que um dólar norte-americano (CI$ 1=US$ 1,25). Nas lojas, a moeda dos EUA é aceita, não é necessário fazer câmbio. Mas o troco é dado no dólar das ilhas.

SERVIÇO

Passagem aérea*
» American Airlines – de R$ 3,6 mil a R$ 14,6 mil
» Copa Airlines – de R$ 3,9 mil a R$ 5,3 mil
* Custo depende da cotação do dólar e da temporada. Ida e volta partindo de Belo Horizonte

Hospedagem
» Diárias em hotéis de US$ 140 a US$ 900

Visto
» É obrigatório o visto norte-americano para voos com escala em Miami (EUA)
» Para as Ilhas Cayman não é preciso nenhum tipo de visto

Moeda
» Aceita o dólar dos EUA, mas tem seu dólar próprio, o CI$, que vale cerca de 25% a mais que a moeda norte-americana (CI$ 1=US$ 1,25)

Língua

» Inglês 

 

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