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Com grão mineiro e diversas cafeterias, Cidade do Cabo é rota para apaixonados por café

Crescimento no número de cafeterias na última década reflete o espírito cosmopolita e globalizado da cidade

Renan Damasceno

A abertura de mais de uma centena de cafeterias na última década reflete o espírito cosmopolita da cidade - Foto: Renan Damasceno/EM/DA Press


Cidade do Cabo
– O café mineiro tem ajudado a equilibrar o sabor dos melhores cafés consumidos atualmente na Cidade do Cabo, epicentro de uma revolução na cultura do consumo da bebida no continente que apresentou o fruto para o resto do mundo. O surgimento de mais de uma centena de cafeterias desde a década passada reflete o espírito cosmopolita e globalizado da cidade, que, a cada quarteirão, apresenta desde grandes redes ao estilo Starbucks – como a Vida e Cafee –, pequenas redes com grãos especiais – Deluxe Cofee, por exemplo –, até locais que se dedicam a extrair o melhor sabor de grãos africanos e latino-americanos – como o EspressoLab.

“Quando começamos aqui, em maio de 2009, eram duas ou três companhias de café na cidade. Hoje, são entre 100 e 200”, explica o barista Renato Correa, filho de portugueses, que fundou a EspressoLab com a esposa, a sueca Helene Vaerlien. “As pessoas daqui sempre trataram o café somente como uma coisa quente e amarga, mas, nos últimos anos, essa cultura vem mudando, já que passaram a ter contato com sabores diferentes. Creio que é uma mudança no próprio estilo de vida dos africanos”, afirmou.

Na Espressolab, a especialidade da casa é uma blend com 25% de café colombiano, 25% queniano e 50% de café brasileiro, produzido no Sul de Minas. “Temos o café da Fazenda Recreio, próximo a Poços de Caldas, mas já tivemos outro de Minas. São as áreas principais, os melhores que trabalhamos aqui, por serem mais delicados, de maior complexidade, que casam bem com o achocolatado da Colômbia e o aroma doce dos africanos”, explica.


O boom das cafeterias é uma espécie de volta do café à sua origem. Os primeiros registros de cultivo do grão são do século nove, na Etiópia e no Quênia, na parte oriental da África.

Ainda hoje, os dois países, com a Ruanda, produzem os melhores cafés do continente, muito em função do solo: por ser região montanhosa e de vulcões desativados, a terra é mais rica.

O Sul da África, como Zimbábue, Malawi e a própria África do Sul, também colhem grãos, mas a variação de temperatura e a baixa altitude não possibilitam colheitas de melhor qualidade. Muitas cafeterias da cidade também usam cafés de Uganda e Mali – como a Kamili Cofee (Shortmarket Street com Long Street, no Centro).

Especialidade da Espresso Lab, dos sócios Helene Vaerlien e o marido, Renato Correa (foto), é uma blend com 25% de café colombiano, 25% de café queniano e 50% de café brasileiro - Foto: Renan Damasceno/EM/DA Press
ONDE TOMAR CAFÉ


» EspressoLab – cafeteria com cara de laboratório no Old Biscuit Mill. 375 Albert Road, Woodstock. De segunda a sexta, das 8 às 16h; sábado, das 8h às 14h30.
Site: espressolabmicroroasters.com

» DeluxeCoffee – Rede de cafés especiais, com quatro lojas na cidade. A mais antiga é na 25 Church Street, no Centro. De segunda a sexta, das 7h às 17h.
Site: deluxecoffeeworks.co.za

» Vida e Caffee – A maior rede de cafeterias do país, com mais de 70 lojas, em vários países da África

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