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Esquina do mundo, Cidade do Cabo tem influência do oriente e ocidente nas ruas

Passagem das grandes navegações, entre os séculos 15 e 17, a cidade recebeu influência de diversas partes do mundo

Renan Damasceno
Conhecida pelas casas multicoloridas, Bo Kaap, bairro de imigrantes malaios, é passeio obrigatório - Foto: Renan Damasceno/EM/DA PRESS

Pela diversidade, sete dias seria um tempo ideal para conhecer as principais atrações da Cidade do Cabo – mas não o suficiente. Aos pés da Table Mountain, eleita uma das sete maravilhas naturais, a cidade oferece de tudo um pouco: para quem gosta de belas paisagens, subir a montanha de bondinho é indispensável, bem como visitar a região das vinícolas – a Cape Winelands, com destaque para Stellenbosch e Franschoek – e a Reserva Natural do Cabo da Boa Esperança, que fica a cerca de 65 quilômetros do Centro.

Na zona urbana, as casas em estilo vitoriano – herança do período de domínio britânico –, os antigos bairros industriais, agora revitalizados, contrastam com construções modernas e áreas de compras, como o Waterfront, na região portuária, que se transformou hoje em um complexo que simboliza a modernidade de Cape Town. Com shoppings, restaurantes e imensos galpões transformados em mercados, é a atração mais visitada da África do Sul.

Mas a cidade ainda preserva regiões históricas, que remontam à diversidade de povos que chegaram ao país no Século 17 e ao recente passado de segregação racial do apartheid – uma das leis forçavam negros a desocupar áreas centrais e se mudar para as townships, em regiões periféricas.

Paisagem colorida Para conhecer esse lado multicultural e multiétnico que ajudou a construir a identidade local, é essencial uma visita a Bo Kaap. Conhecida pelas casas multicoloridas, algumas do século 18, a região foi ocupada primeiramente por descendentes de escravos de colônias holandesas do Sudeste Asiáticos – os Cape Malays, ou “malaios do Cabo” –, e depois por indianos e imigrantes muçulmanos. Uma das mesquitas, a Auwal, foi construída em 1804 e é usada até hoje.

Embora o bairro não seja mais ocupado exclusivamente por malaios, a cultura é mantida e pode ser sentida e provada em restaurantes ou aulas de gastronomia. É ainda berço e onde mais se pratica o africâner, idioma desenvolvido à época da colonização africana, atualmente falado apenas na África do Sul e na Namíbia.

“Aqui temos a mistura perfeita do Leste com o Oeste e do Oriente com o Ocidente”, diz Yussuf Larney, dono do restaurante Bo-Kaap Kombuis, de comida tradicional, que explica sobre a tradição das casas coloridas. “É uma forma de cada família manter sua identidade. Todo fim de ano as casas são pintadas pelos próprios moradores e as cores nunca se repetem.
Eles gostam de viver assim, de ter sua marca.”

PARA TODOS OS GOSTOS
BO-KAAP – Para mais informações sobre a região, visite bokaap.org. O Bo-Kaap Museum (71 Wale Street, site: iziko.org.za), é aberto de segunda a sábado, das 10h às 17h. Para experimentar os sabores locais, Bo-Kaap Kombuis (7 August Street).

WATERFRONT – Moderno complexo na zona portuária formado
por shoppings (Victoria Wharf e The Alfred Mall são os maiores), hotéis, galerias, mais de 80 restaurantes e, a partir do ano que vem, o Museu de Arte Contemporânea (Mocaa).

Complexo de Waterfront, com shoppings, restaurantes e mercados é uma das atrações mais visitadas da África do Sul - Foto: Renan Damasceno/EM/DA PRESS .