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História e religião andam juntas em João Pessoa

Centro Histórico guarda mais de 500 edificações, entre elas templos religiosos e monumentos que fazem parte da vida da cidade

Márcia Delgado
Igreja de São Francisco levou mais de 200 anos para ser erguida e tem o maior cruzeiro de pedra calcária da América Latina - Foto: Márcia Delgado/CB/D.A PRESS

Começando a visita pelo Farol de Cabo Branco, o turista pode descer e seguir para o Centro Histórico de João Pessoa. Tire pelo menos umas três horas para conhecer o conjunto arquitetônico dessa região. Na Praça João Pessoa, na Cidade Alta, fica o Palácio da Redenção, sede do governo estadual, e o prédio onde funciona o Tribunal de Justiça. Na Praça de Antenor Navarro, um banho de história e muita cultura. Não se impressione com a fachada das construções, muitas delas pichadas. Procure saber, de preferência com a ajuda de um guia turístico, o que há por dentro daquele lugar.

O Centro Histórico é reconhecido como patrimônio nacional. Tem mais de 500 edificações em uma área de aproximadamente 370 mil metros quadrados. Entre as centenas de construções, o Hotel Globo, que foi o primeiro hotel de luxo da cidade.
Erguido em 1928, foi palco de muitos eventos da alta sociedade, inclusive bailes e banquetes oferecidos pelo governo. Personalidades como Tônia Carreiro, Bibi Ferreira e o ex-presidente Ernesto Geisel já se hospedaram lá.

RUÍNAS Outra parada obrigatória é a Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, que fica próxima ao Rio Sanhauá. Erguida em meados de 1840, tem uma arquitetura considerada modesta em relação a outros templos religiosos da cidade. Mas o que chama a atenção são as ruínas de uma capela, feita em pedra e cal, encontradas no local. Elas estão expostas na igreja que homenageia o santo protetor dos homens do mar.

Há outras igrejas que também se destacam e agradam aos turistas, como a de Nossa Senhora do Carmo. Mas a de São Francisco é de impressionar qualquer visitante, pela beleza e pela riqueza de detalhes. Em estilo barroco rococó, é considerado monumento artístico-religioso mais importante do conjunto arquitetônico de João Pessoa.

Na entrada, o maior cruzeiro de pedra calcária da América Latina. Dentro, o templo exibe resquícios da arte dos holandeses, espanhóis e portugueses. A igreja começou a ser construída em 1770 e demorou 200 anos para ficar pronta. A suntuosidade da construção merece uma observação mais apurada. Há toques tropicais na obra barroca, onde funcionou um antigo convento da ordem franciscana. No teto, em meio à rica pintura com detalhes em ouro, estão desenhos de frutas como o abacaxi. Simplesmente imperdível.

Vá até lá


» Visita: das 9h às 17h
» Onde fica: Praça São Francisco, s/nº, Centro
» Entrada: R$ 5

Fique atento


» Como chegar: siga sempre direto pela Avenida Cabo Branco, suba a ladeira, passe pela Estação Ciência, Cultura e Arte.
É fácil avistar o farol

» Não é preciso pagar para ter acesso ao farol

» Separe ao menos R$ 5 para tomar um sorvete de caipirinha, com direito a chorinho de cachaça por cima. A aguardente não deixa um gosto muito marcante, não se preocupe.

» Aproveite a visita ao farol para tirar uma foto com personagens caracterizados de Lampião e Maria Bonita – famoso casal de cangaceiros em todo o Brasil, que virou até série de tevê – que ficam no local para receber os turistas.

- Foto: Márcia Delgado/CB/D.A PRESSO FAROL

Não pense em subir de carro para conhecer o farol, inaugurado em 1972 e que tem formato triangular, ao contrário dos demais espalhados Brasil afora. O design é uma alusão ao sisal, uma planta típica do semiárido. O acesso de automóvel ao monumento está restrito por conta da enorme falésia, que fica maior a cada dia. Depois do desmoronamento do muro de contenção, decidiu-se pelo impedimento da circulação de veículos na região. Os turistas podem deixar o carro próximo e subir a pé, sem muito esforço. Além da vista deslumbrante do mar lá do alto, eles podem tomar um sorvete de caipirinha. Essa delícia caseira é feita por Célia Costa, que está há 18 anos no mesmo lugar. Mas sua invenção é mais recente: 10 anos. “Sorvete comum tem em todo lugar.
Então, decidi fazer de caipirinha por causa da fartura de cana-de-açúcar na nossa região”, explica Célia, que não tira o sorriso do rosto e trabalha ao som de antigas músicas românticas.
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