O setor turístico está em baixa temporada de embarques e, para aquecer a demanda neste período, além de incentivar para que os consumidores programem as férias de julho, as agências estão lançando seus pacotes de viagem. Um recente levantamento feito pela operadora CVC mostrou nova tendência entre jovens profissionais, que é o desejo de aproveitar as férias para conciliar com um curso de idiomas no exterior de forma de aproveitar o período de descanso para incrementar o currículo.
Para ter uma ideia, 70% dos orçamentos solicitados à CVC em 2015 – em sua rede formada por mais de 7,5 mil agências (entre franqueadas e multimarcas) no Brasil – foram de jovens com mais de 25 anos, em ascensão ou em posições estratégicas, que querem conciliar a viagem de férias com um curso de aperfeiçoamento de idioma no exterior. Esses números positivos, mesmo em período de instabilidade econômica, tem mostrado que a competitividade no ambiente de trabalho, somada a uma maior necessidade de diferenciação curricular, são alguns dos principais fatores que têm estimulado boa parte dos profissionais a otimizarem o período de folga para aperfeiçoar o domínio do idioma.
Para Santuza Bicalho, diretora da Unidade de Cursos no Exterior da CVC, os cursos mais buscados são inglês para negócios e os preparatórios para certificações internacionais. O melhor aproveitamento das férias também mostra uma quebra de paradigma, de que intercâmbio era no passado algo exclusivo para adolescentes, mas é notório que, com a democratização desse tipo de viagem, mais profissionais da chamada “classe média brasileira” estão tendo a oportunidade de realizar uma especialização ou curso no exterior somente agora, depois dos 25 ou 30 anos.
CURTA DURAÇÃO A procura é confirmada pela Belta – Brazilian Educational & Language Travel Association, que identificou, entre os mais de 230 mil brasileiros que viajaram para o exterior para estudar em 2014, que pelo menos 40% optaram por cursos com duração de até um mês, que podem ser feitos durante as férias. Na década de 1990, a grande maioria optava por cursos com duração superior a seis meses, sendo que os cursos de curta duração não ultrapassavam 30% da preferência. Os programas de intercâmbio já são aderidos em maior escala pela classe média brasileira e encarados hoje como “investimento”.
“A competitividade no ambiente de trabalho e uma maior necessidade de diferenciação curricular é um dos fatores que têm estimulado boa parte dos profissionais a otimizarem os 30 dias de férias para descansar e, ao mesmo tempo, aperfeiçoar o domínio do idioma, durante uma ou duas semanas. E, isso, independentemente do nível de fluência do idioma, pois hoje também se multiplicaram as opções de cursos, tipos de idiomas e escolas participantes.
A executiva explica que, entre os pacotes mais procurados estão inglês para negócios em Toronto (Canadá) ou em Boston (EUA), inglês superintensivo em Ottawa (Canadá), inglês preparatório para certificados internacionais em Vancouver (Canadá) e inglês mais atividades extracurriculares em Fort Lauderdale (EUA), todos com duração de duas semanas..