A engenheira geóloga Érika Oliveira começou no mergulho por acaso.
“É um momento de paz. É um mundo em que você não tem divergência com ninguém. Você não consegue pensar em problemas, pois está focado em admirar o cenário e procurar espécies marinhas diferente. Também é muito relaxante.
Além de Egito e Cuba, ela já explorou bastante a Costa brasileira. No país, já mergulhou no Rio de Janeiro (Cabo Frio, Paraty, Ilha Grande, Arraial do Cabo), Espírito Santo (Guarapari), Pernambuco (Fernando de Noronha) e Bahia (Abrolhos).
“Depois, não tive muita condição de viajar para fora. Mas tenho no meu caderninho alguns lugares que pretendo ir. Como sou geóloga, quero conhecer muito Cenotes, no México. Já fiz o curso de mergulho de caverna e vou me aprimorar ainda mais este ano. Esse é um dos grandes sonhos que quero realizar. E também quero fazer o top 10 do mergulho” (conhecer os 10 lugares mais procurados no mundo para mergulho), planeja Érika, que já fez os cursos avançado, nitrox, resgate, seres marinhos, naufrágio, Into to cave, primeiros socorros e dive master. O objetivo dela é se profissionalizar.
Além do mundo submarino, o convívio e amizade entre mergulhadores encanta Érika, que, nos quatro anos de prática, fez vários amigos no meio. “Uma coisa muito legal é que você não viaja querendo saber a profissão de ninguém, o que a pessoa faz. Todo mundo veste a roupa e é mergulhador.
Sem nunca ter pensado realmente em mergulhar, Alexandre foi fazer o batismo, em 2014. “Durante o batismo, percebi que ia querer continuar mergulhando sempre”, conta. A curiosidade virou fixação e, em apenas dois anos, o médico já fez vários cursos e visitou inúmeros lugares. “Tenho o desejo de conhecer todos os pontos de mergulho mais conhecidos do Brasil, como Fernando de Noronha, Abrolhos... Quando você começa a conhecer o pessoal, fica sabendo de vários outros lugares do mundo bacanas. Por exemplo, sempre quis conhecer Cuba. Então, em vez de ir para lá só para conhecer as atrações terrestres, fui para mergulhar.”
O lado relaxante e introspectivo do mergulho também agrada Alexandre.
“Existem dois lugares que tenho muita vontade de conhecer. Um são as cavernas de Celotes de Tulum, no México, e um lugar na Micronésia, no Oceano Pacífico, que chama Cookie Lagoon, uma lagoa com cemitério de naufrágios da Segunda Guerra Mundial”, afirma Alexandre, que descobriu outra paixão ao praticar o mergulho: a fotografia (dentro e fora da água).
Sempre a dois
Mergulhar é uma atividade muito prazerosa, que cativa e encanta. Porém, antes de colocar as nadadeiras, snorkel e cilindro de oxigênio para se divertir no mundo subaquático, é necessário se preparar. De início, é preciso fazer o batismo, o mais básico de todos, em que todos os passos são acompanhados por instrutores. Depois, conforme o desejo, outros cursos qualificam ainda mais o mergulhador, dando liberdade e independência para a prática do mergulho.
Ainda assim, Paula Loque, diretora da escola Mar a Mar, com mais de 20 anos de experiência na formação de mergulhadores, afirma que só é permitido praticar o mergulho acompanhado. Nunca, por mais experiente que seja a pessoa, deve-se fazer sozinho. “A regra número um do mergulho é ser sempre em dupla. Você é responsável pela pessoa que está mergulhando com você, assim como ela é responsável por você. Daí a questão de ser uma atividade muito social. Por mais que você tenha treinamento, técnica, é muito mais prazeroso, gostoso, estar com quem você conhece e tenha afinidade”, orienta Paula.
A empresária diz que não é, ao contrário do que se imagina, preciso ser um exímio nadador para praticar a atividade. Basta estar com a saúde em dia e o mínimo de habilidade na natação. Pessoas com problemas cardíacos ou de pressão, por exemplo, devem consultar um médico antes de se aventurar. Em cinco dias, o iniciante já está apto para o primeiro mergulho básico (até 18 metros de profundidade, durante o dia e em águas abertas). Para ir mais fundo e conhecer cavernas e naufrágios ou mergulhar à noite, é necessário especialização maior.
“O mergulho não é só respirar embaixo da água. Tem que monitorar o equipamento, a dupla e saber voltar ao ponto de origem. No curso avançado, se aprende a usar a bússola, noções de orientação subaquática, fazer busca e recuperação. Isso aumenta a consciência do mergulhador do ambiente em que ele está”, explica.
Paula alerta sobre os cursos de batismo oferecidos no litoral. É preciso pesquisar a integridade da operadora/escola, para evitar quaisquer problemas durante a iniciação. Um instrutor, por exemplo, por normas internacionais, não pode fazer o batismo de mais de duas pessoas. Como as empresas ganham por volume, muitas vezes esse limite é desrespeitado. “A primeira dica é perguntar qual a razão instrutor/cliente, quanto tempo dura a imersão e quantas pessoas vão sair no barco para o batismo. Também é importante ver se o mergulhador instrutor é credenciado. A metade das pessoas que faz batismo vem aqui para continuar fazendo cursos e a outra metade toma um pânico absoluto. Em 100% das vezes que a experiência da pessoa foi ruim é porque faltou o tempo ou o cuidado necessário para que ela tivesse uma adaptação”, completa. (GP).