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Joanesburgo é símbolo da resistência na África do Sul

Cidade respira os anos de luta durante o apartheid. Monumentos, museus, o Bairro de Soweto e a Igreja Regina Mundi levam o turista a mergulhar na história

Pedro Antunes/Estadão Conteúdo Carolina Mansur

Monumento em memoria a Hector Pieterson, em Soweto, é uma das paradas para quem quer conhecer a história do apartheid - Foto: Divulgação South African Tourism

 Em Johanesburgo, ou Jo’burg como é chamada pelos sul-africanos, é possível mergulhar na história da África do Sul e do apartheid. Os anos de luta, as inúmeras mortes e a desigualdade a que os negros foram submetidos durante mais de 48 anos de forte política de segregação racial são retratados em vários monumentos, hoje visitados por milhares de pessoas de todo o mundo. Entre os mais concorridos, o Museu do Apartheid, o Bairro de Soweto e a Igreja Regina Mundi, símbolo da resistência ao apartheid.

Por reunir toda a história sobre o regime de segregação, o Museu do Apartheid se torna um destino obrigatório. Torres na entrada do prédio representam os pilares da Constituição: liberdade, respeito, responsabilidade, diversidade, igualdade, reconciliação e democracia. A experiência começa logo na entrada, quando as pessoas são separadas por bilhetes para negros e brancos, distribuídos aleatoriamente. Para explorar o museu por completo, é preciso reservar uma manhã ou uma tarde. O espaço tem a exibição de fotos, áudios, textos e vídeos, que contam de maneira bem detalhada os abusos praticados no período, massacres e todo o caminho até a conquista da igualdade.

De lá até o Bairro de Soweto são mais alguns minutos. O bairro é colorido, respira cultura e representa bem o povo sul-africano.
Além de conhecer a antiga casa de Nelson Mandela, em Vilakazi Street, um almoço na região é uma boa pedida. Com 160 rands africanos (R$ 40) é possível comer à vontade em um self-service sem balança. Na mesma rua, há um restaurante que oferece comidas típicas, como o pap, um angu feito à base de farinha de milho branco, linguiça de porco (muito comum no cardápio do país, inclusive no café da manhã), arroz, chakalaka (um tipo de acompanhamento apimentado) e o tradicional umnqgusho, à base de feijão e canjica branca. O valor também dá direito à sobremesa.

Casa onde Mandela viveu em Soweto exibe marcas de tiros e objetos pessoais do ex-presidente - Foto: Divulgação South African Tourism

Comprar artesanato em Soweto é outra dica interessante, já que o local tem bons preços e os comerciantes estão sempre dispostos a negociar o que o turista esteja disposto a pagar. Tecidos africanos, esculturas em madeira e bijuterias feitas com miçangas estão entre as variedades que podem ser encontradas na região. Os mais aventureiros ainda podem se arriscar na região e saltar de bungee jump na famosa Orlando Towers, também em Soweto.

Outra boa surpresa em Johanesburgo é o Bairro Maboneng, na região central, que certamente muda a opinião de quem pensa que a cidade é apenas uma grande metrópole. O bairro mostra que Jo’burg tem vida e muitas cores. Grafites, galerias de arte e feiras dão charme ao local. Nos fins de semana, a vida na região é ainda mais agitada e há a circulação de muitas pessoas, apresentações artísticas e venda de artesanato. O Market on Main está entre os lugares mais concorridos do Maboneng e ocorre todos os domingos, das 10h às 15h.

Um pulo ao Top of Africa também é recomendado. Com 15 rands (R$ 4) você tem acesso ao ponto mais alto de Johanesburgo. Do alto do prédio, fechado por vidros, é possível ter uma visão privilegiada da cidade. Uma visita ao Tribunal Constitucional, que abriga um museu cheio de significados, também deve estar no roteiro.
O local, que já funcionou como prisão na época do apartheid e teve Nelson Mandela como um dos prisioneiros, hoje funciona como a sede da Corte Constitucional sul-africana, onde ainda ocorrem julgamentos.


* A repórter viajou a convite da South African Tourism e South African Airways

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